Investigação sobre mulher de Cunha pode ir para juiz Sérgio Moro
Diário da Manhã
Publicado em 7 de março de 2016 às 20:17 | Atualizado há 9 anosO procurador-geral da República, Rodrigo Janot, requisitou ao Supremo Tribunal Federal que a investigação que envolve a mulher e a filha do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) seja levada às mãos do Juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato.
Janot pediu o desmembramento dos autos que estão sob os cuidados do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo. O procurador avalia que só deve ficar na Corte a parte da investigação que envolve o parlamentar, por ele ter foro distinto.
O procurador também sustenta que a mulher de Cunha, Cláudia Cordeiro Cruz, e sua filha Danielle Dytz da Cunha Doctorovich, estão envolvidas em parte dos crimes atribuídos ao político. Eduardo Cunha foi denunciado na sexta-feira (4) por corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade eleitoral.
Ainda de acordo com a Procuradoria-Geral da República, as duas teriam se favorecido de valores de uma propina superior a US$ 5 milhões que o deputado teria recebido “por viabilizar a aquisição de um campo de petróleo em Benin, na África, pela Petrobras”.
“A reunião de imputados sem foro por prerrogativa de função não traria qualquer benefício à prestação jurisdicional, ao contrário, atrasá-la-ia sem ganhos”, frisou o procurador na petição a Teori. “Em relação a Cláudia Cordeiro Cruz e Danielle Dytz da Cunha Doctorovich, a necessidade de união não se verifica necessária. Não haveria razão para denunciá-las aqui (no Supremo) e separar os autos em relação aos demais agentes envolvidos nos fatos.”
Janot ainda relata que “restou claro” que Cláudia Cordeiro Cruz é titular da conta Kopec – uma das contas na Suíça pela qual foi remetido dinheiro ilícito, de acordo com a investigação Lava Jato. Da mesma conta aparece como beneficiária do cartão de crédito, Danielle, filha do deputado. No rastreamento do cartão são mostrados gastos de grandes valores em restaurantes, hospedagens e viagens para fora do país.