José Eliton defende PMs, apoia investigações e critica exposição midiática
Diário da Manhã
Publicado em 12 de novembro de 2016 às 01:21 | Atualizado há 8 anosO vice-governador e secretário de Segurança Pública e Administração Penitenciária, José Eliton condenou a “exposição midiática” de investigados e instituições provocada pela segunda fase da Operação Sexto Mandamento, deflagrada pela Polícia Federal, na manhã de ontem. Em entrevista coletiva, no final da manhã, Eliton também defendeu a Polícia Militar e a importância da Polícia Federal para a nação.
A ação da Polícia Federal é o desdobramento da Operação Sexto Mandamento, deflagrada em 2011 e na qual investiga supostos crimes causados policiais militares entre 2007 e 2010. Cerca de 140 policiais federais cumpriram três mandados de prisão temporária, 19 mandados de busca e apreensão, além de 17 conduções coercitivas contra pessoas investigadas. As ações ocorreram nas cidades de Goiânia/GO, Alvorada do Norte e Formosa/GO.
Foram presos de forma provisória os sargentos da PMGO, José Wilson Freitas e Jerônimo Francisco Costa, ambos atuam em Alvorada do Norte. Foram conduzidos coercitivamente oito militares, sendo sete de Formosa e um de Goiânia, que foi o atual comandante do policiamento da capital, tenente coronel Ricardo Rocha.
Em entrevista coletiva, no final da manhã de ontem, Eliton condenou a forma como a PF expôs os alvos da operação, mas defendeu a realização das investigações. “Pela grandeza e a sua importância para nação, a Polícia Federal não pode agir com objetivo midiático. Ela tem que agir buscando a verdade para fazer com que a nação tenha suas leis respeitadas”, disse o vice-governador de Goiás.
José Eliton disse que não cabe à Secretaria de Segurança Pública entrar na “discussão de mérito”, na medida em que as investigações devem ter seu trâmite legal, conforme prevê a legislação brasileira. “O que não pode ser aceito é o vilipêndio da dignidade e da honra dos policiais”, reforçou.
O titular da SSAP voltou a defender que qualquer cidadão brasileiro que viole a lei deve ser investigado, processado, “sendo garantido a ele o direito de defesa e, a partir de então, o julgamento pelo Poder Judiciário”. Ele disse que é “inaceitável a condenação de véspera que está acontecendo no Brasil nos últimos tempos”.
Ao citar a operação deflagrada pela PF, José Eliton comentou, ainda: “No Brasil, vivemos tempos midiáticos, onde o que interessa não é o resultado final”. E destacou: “o que interessa é desmoralizar primeiro, para depois condenar”, afirmou.
Os investigados na primeira fase da Operação 6º Mandamento, incluindo o comandante de Policiamento da Capital, tenente-coronel Ricardo Rocha, foram todos absolvidos pelo Poder Judiciário. Crimes relativos à segunda fase da operação também são de anos anteriores.
José Eliton declarou durante a coletiva que não há grupo de extermínio atuando no estado de Goiás neste momento, conforme divulgou o setor de comunicação da Polícia Federal. As investigações relativas tanto à primeira quanto à segunda fase da referida Operação da PF são de crimes que ocorreram há vários anos.
A necessidade de uma condução coercitiva do comandante do Policiamento da Capital também foi questionada pelo vice-governador José Eliton, uma vez que a conduta só é adotada quando a pessoa se nega a comparecer espontaneamente para depor. “Bastava notificar ao comandante-geral da PMGO que, por força de hierarquia, determinaria imediatamente seu deslocamento para prestar depoimentos e esclarecimentos necessários”, sugeriu.