Cotidiano

Juiz sugere que mulher enfrente agressor

Diário da Manhã

Publicado em 17 de março de 2018 às 00:59 | Atualizado há 7 anos

  •  Na sentença, ele ainda deu conselhos para enfrentamento da vítima contra os homens

 

Uma sequência de decisões do juiz Joseli Luiz Silva, da 3ª Vara Cí­vel de Goiânia, causou polêmi­ca pelo conteúdo: em todas elas, o magistrado negou pedidos de medida protetivas para mulheres.

Todas as sentenças ocorreram em um só plantão. Conforme o juiz, as mulheres deveriam “se res­peitar, se proteger” e até mesmo “bater com força” nos homens.

Para o juiz, é preciso a mulher reagir: ele aponta a necessidade da vítima atuar em legítima defesa. Nos termos de Joseli Silva, “qual­quer ‘medidazinha’ de proteção” é mais ineficaz do que um enfren­tamento cara a cara.

Na sentença, o magistrado re­solveu dar conselhos: “(…) en­quanto a mulher não se respeitar, não se valorizar, ficará nesse ra­merrão sem fim agride/reclama na policia/desprotegida”.

Em uma das decisões, o ma­gistrado disse que a legítima de­fesa é mais eficaz do que, nos ter­mos dele, o diálogo ou a punição judicial. “A reclamante não levou avante seu desejo de se ver respei­tada e protegida, na medida em que, de pronto, não se dispôs a re­presentar contra o agressor, para que seja com alguma efetividade chamado as raias da justiça. Popu­larmente: ‘por para moer’”.

TRAVESTI

O magistrado criou outra po­lêmica e negou medida proteti­va para uma vítima travesti. O juiz disse que só aplicaria a Lei Maria da Penha se a “requerente provar, além da violência doméstica, que possui aparelho reprodutor femi­nino completo”.

A reportagem do DM ligou para a vara onde Joseli atua e não encontrou o magistrado para cole­tar sua versão sobre os fatos relata­dos contra ele na imprensa e redes sociais. O jornal resguarda ao juiz espaço para divulgar sua versão.

 

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