Cotidiano

Legado cultural de Pedro Ludovico Teixeira

Redação DM

Publicado em 23 de agosto de 2022 às 14:15 | Atualizado há 3 anos

No último dia 16 de agosto, completou quarenta e três anos do falecimento de Pedro Ludovico Teixeira, fundador de Goiânia, nascido no dia 23 de outubro de 1891, na Cidade de Goiás, era filho de João Teixeira Álvares e Josefina Ludovico de Almeida. Pedro Ludovico deixou-nos um grande legado cultural, pois, além do fato de escolher o estilo arquitetônico “art déco”(estilo francês) para a construção dos primeiros prédios de Goiânia, como por exemplo, todos prédios da Praça Pedro Ludovico Teixeira ( Praça Civica), a Torre do Relógio, no início da Avenida Goiás, o Trampolim e o muro do Lago das Rosas, o Relógio da Antiga Estação Ferroviária de Goiânia, localizado na Praça do Trabalhador, no Centro, Pedro Ludovico também fez questão de construir na década de 1940, em Goiânia, um Teatro, o Teatro Goiânia, localizado na Avenida Tocantins com a Avenida Anhanguera, demonstrando, dessa forma, sua preocupação com o meio cultural e artístico.

A pedra fundamental de Goiânia foi lançada no dia 24 de outubro de 1933, todavia, a inauguração oficial da Cidade, só veio a ocorrer, no dia 5 de julho de 1942, no Teatro Goiânia, em um evento formidável, histórico e de grandes proporções, denominado de “O Batismo Cultural de Goiânia”, que reuniu, na época, políticos influentes e artistas nas suas mais diversas modalidades, contribuindo de maneira fundamental para o enriquecimento histórico de Goiânia, o escritor e presidente da Academia Goiana de Letras, Ubirajara Galli, lançou, recentemente, o seu livro “A História do Batismo Cultural de Goiânia”, onde ele trata com bastante propriedade sobre o referido assunto.

O projeto urbanístico de Goiânia, foi feito pelo Engenheiro-arquiteto, urbanista e paisagista, Attilio Corrêa Lima(1901-1943) e concluído por Armando de Godoy. Goiânia foi construída nas fazendas denominadas: Criméia, Vaca Brava e Botafogo, que na época, pertenciam ao bicentenário município de Campinas, hoje, Setor Campinas, que é o Bairro mais antigo de Goiânia.

Pedro Ludovico Teixeira era médico, foi um homem visionário e possuidor de um espírito progressista muito elevado, era um político obstinado, determinado e corajoso, pois, na época, da fundação de Goiânia, depois de enfrentar muita oposição, realizou o seu grande sonho, que foi o de transferir a Capital do Estado de Goiás, da Cidade de Goiás, para Goiânia. Pedro Ludovico era casado com a Dona Gercina de Borges Teixeira, que foi uma Primeira Dama que deixou sua marca na história, sobretudo, em prol do social, como por exemplo, na fundação da Organização das Voluntárias de Goiás, a OVG e na construção da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, por isso, era carinhosamente, chamada de a “Mãe dos Pobres”. Pedro Ludovico também era um homem culto, apreciava uma boa leitura, inclusive, a dos grandes clássicos da literatura universal e brasileira, gostava também da música clássica, e também do tango, o “La Cumparsita”, por exemplo, era o seu tango favorito, também fazia questão de sair de sua casa, a pé, para ir ao extinto Cine Casablanca, na Rua 08, no Centro de Goiânia, para assistir os “matinês”, entre os seus filmes preferidos estavam os de “Faroeste”.

Além de ter sido o fundador de Goiânia, Pedro Ludovico também foi Interventor de Goiás, Governador, e Senador, por três mandatos, quando faleceu, em 1979, estava com o seus direitos políticos cassados por causa da Ditadura Militar, em decorrência do AI-5, Ato Institucional número 05. Um povo sem memória é um povo sem cultura, um povo sem cultura é um povo sem história e um povo sem história está condenado ao desaparecimento. 

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