Cotidiano

Literatura transformadora: Psicóloga lança novo livro com história sobre inclusão e acessibilidade

Redação DM

Publicado em 22 de maio de 2023 às 16:38 | Atualizado há 6 meses

Quantas
vezes você leitor já se deparou com obras literárias que promovem a diversidade
em suas mais variadas vertentes? Encontrar livros que são capazes de abordar as
diferenças existentes na sociedade de maneira humanizada e acolhedora é tarefa comparada
ao trabalho de garimpeiros, semelhante a buscar uma agulha em um palheiro.

O Diário
da Manhã, no entanto, encontrou uma pérola rara neste cenário. Trata-se do mais
novo livro escrito pela psicóloga e mestre em educação Carina Alves, que apresenta
como história central a vivência de uma garota Potiguara, cadeirante, que amava
surfar. Anamã, como é chamada, vive com a família no litoral da Paraíba, e
depende do apoio e suporte das demais pessoas para colocar sua paixão em
prática.

 A obra
carrega o título “A menina Potiguara”, e conta com o prefácio da atriz Dira
Paes e ilustrações de Roney Bunn. Ela compõe a obra “Literatura Acessível”, um
projeto já rendeu a autora diversas premiações, a exemplo do Prêmio Confúcio de
Alfabetização, promovido pelo Governo chinês e pela UNESCO. Os exemplares podem
ser encontrados nas versões Braile, audiodescrição, fonte ampliada através da
plataforma www.literaturaacessível.com.br
.

 


		Literatura transformadora: Psicóloga lança novo livro com história sobre inclusão e acessibilidade

Fotografia de: Lila Valter


 

De acordo
com Carina, a missão de mais esta obra é promover o ensino sobre o empoderamento
das mulheres, a importância da diversidade e contribuir para o enfrentamento do
preconceito contra os povos indígenas.

“Anamã
se junta aos outros personagens dos meus livros infantojuvenis, crianças e
jovens com e sem deficiência, que nos ensinam muito sobre a importância da
inclusão, da diversidade da acessibilidade, dos direitos humanos e do
empoderamento de meninas e mulheres. Combater o preconceito contra os povos
indígenas é combater a violência”, afirma.

Alves diz
que sua motivação para escrita sobre um tema tão relevante, não data de hoje, ela
a acompanha desde sua infância.

“Minha
motivação vem desde criança. Me vejo desde pequena na luta por um mundo sem
preconceitos. Sou nascida numa região periférica do Rio de Janeiro e quando
saía para estudar fora sempre me olhavam diferente, como se eu fosse menor.
Sofri vários tipos de assédios na vida. Por ser mulher, por ser da periferia,
por ser de uma origem humilde, então sempre foi e ainda é para mim um ato
político viver numa sociedade que naturalmente exclui as diferenças, a
pluralidade humana.”

A psicóloga
reforça que ainda há lacunas a serem preenchidas no tocante a promoção de uma
literatura inclusiva e acessível. Ela afirma que há pouca acessibilidade
disponível na literatura brasileira.

“Entendo
que sim, pois a nossa sociedade ainda precisa caminhar bastante para alcançar a
inclusão plena. Há pouca acessibilidade disponível na literatura brasileira.
Mas acredito que estamos no caminho para preencher essas lacunas que atualmente
excluem pessoas que precisam de recursos acessíveis para ler, ter acesso à
educação, cultura, esporte, lazer, saúde, enfim, a uma vida digna sem nenhum
direito a menos. Meu objetivo é escrever para todos. O dia que isso for
possível poderei afirmar que as lacunas não existem mais.”

Ela
garante que a história ainda não acabou. Segundo Carina o entusiasmo tomou
conta de sua mente, que já fervilha de ideias.

“Minha
cabeça fervilha de ideias e a imersão que fiz na Etnia Potiguara me deixou
muito entusiasmada pela luta por direitos humanitários via Literatura
Acessível. As crianças são a nossa esperança de um mundo mais equânime, mais
saudável e mais inclusivo. Escrever mais histórias e ter a oportunidade de
entrar nas escolas com temas sobre inclusão e acessibilidade já me deixa muito
animada para continuar a jornada literária.”

O evento
de lançamento desta linda obra está previsto para ocorrer no próximo dia 30/05,
às 18:00, na Casa Camolese – Jardim Botânico/RJ


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