Madeira triturada chega de trem
Diário da Manhã
Publicado em 10 de fevereiro de 2017 às 00:48 | Atualizado há 8 anosNão passa de lenda urbana a conversa de que a Ferrovia Norte-Sul está parada e inconclusa. De fato, o chamado ramal sul da FNS, que de Ouro Verde, Goiás, vai até Estrela do Oeste, no Paraná, está com suas obras paralisadas. Pelo cronograma das obras, já deveria estar pronta e operando.
Mas a Ferrovia Norte-Sul, propriamente dita, vai sendo aos poucos utilizada por seus, ainda, poucos operadores. Ontem chegou ao pátio de Anápolis, procedente de Porto Nacional, Tocantins, o primeiro carregamento de um total de 20 mil toneladas de cavaco de madeira (termo usado na indústria para designar a madeira triturada utilizada como combustível).
O transporte ferroviário está sendo feito pela VLI ,empresa de logística, por meio de um contrato com a Valec de venda de direito de passagem no trecho. A carga pertence à Granol, empresa dedicada à produção e comercialização de grãos, farelo de soja, óleos vegetais e biodiesel.
O primeiro carregamento, de aproximadamente 2.000 toneladas, saiu na madrugada de terça-feira do Pátio de Porto Nacional, a 70 km de Palmas/TO, com destino ao Pátio de Anápolis/GO, onde está sendo descarregado na fábrica da Granol. A carga foi distribuída em 44 vagões puxados por duas locomotivas. A chegada ocorreu na tarde de ontem. O trajeto tem 855 quilômetros de extensão.
Novos carregamentos serão realizados até o fim de fevereiro. A previsão é que sejam necessários 17 trens para completar o transporte. O trecho da Ferrovia Norte Sul compreendido entre Porto Nacional (TO) e Anápolis (GO) está em plenas condições operacionais e com licenças de operação concedidas pela ANTT e Ibama, segundo informações da Valec.
Da parte da Valec, as iniciativas para implantar as condições operacionais adequadas para o incremento do transporte na Ferrovia Norte-Sul estão acontecendo, como a disponibilização à iniciativa privada, através de processo de licitação de áreas para a implantação de polos de carga, a exemplo de Anápolis (GO) e Gurupi (TO).
O sistema é, de forma simplificada, o seguinte: os trilhos pertencem à Valec. Qualquer um, porém, poderá adquirir o direito de utilizá-los, pagando para tanto um valor devidamente ajustado em contrato. O operador adquire suas locomotivas e seus vagões. Um sistema de controle de tráfego ferroviário via rádio, e computadorizado, libera trechos e horários para que cada um faça correr ali o seu trem. Empresas que usam o transporte ferroviário também poderão construir seus próprios pátios de embarque e desembarque de cargas.