Cotidiano

Mães se reúnem no Rio e cobram solução sobre processos de desparecidos

Redação DM

Publicado em 28 de outubro de 2015 às 18:30 | Atualizado há 9 meses

Da Agência Brasil

Um grupo de mães de desaparecidos se reuniu hoje (28) em frente à Câmara dos Vereadores, no centro da capital fluminense, para pedir a retomada das investigações, que, segundo elas, estão paradas e sem indícios de soluções. 

De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio, em 2015 o número de pessoas desaparecidas cresceu 26% na cidade do Rio. De janeiro a setembro deste ano, 2.282 pessoas desapareceram. No mesmo período do ano passado, foram 1.808.

Presidente do Portal Kids, que coordena o Projeto Mães do Brasil, Wal Ferrão, afirmou que as mães querem uma solução para casos não solucionados. “Queremos entender as razões do silêncio e da paralisação das investigações. Por isso, pedimos apoio do Ministério Público e da Secretaria de Direito Humanos, porque está tudo espalhado. Queremos uma força-tarefa.”

Presente ao ato, Jovita Belfort, mãe de Priscila Belfort, desaparecida desde janeiro de 2004, disse que, para ela, a solução não é somente o caso da filha, mas também uma política nacional unificada para os desaparecidos.

“Tem de ter uma política mais efetiva, um cadastro único e maior contato entre os estados. Se a Priscila está enterrada como indigente na Bahia, vou morrer procurando porque não existe isso.”

De acordo com Jovita, a filha, irmã do lutador Vitor Belfort, pode ter sido vítima de criminosos do Morro da Providência, na zona central da cidade. Segundo ela, um homem que conseguiu fugir das mãos dos criminosos da comunidade teria ouvido falar do caso de Priscila e que ela teria sido morta.

“Durante cinco anos, fiquei dentro da delegacia buscando o caso da Priscila, porque ainda recebia muitas denúncias do Disque-Denúncia. Depois disso, diminuíram as denúncias e as investigações po causa do leque muito grande de desaparecidos. A partir daí, começamos uma luta contra todos esses atos de violência. A luta foi tamanha que conseguimos fazer a DDPA [Delegacia de Descoberta de Paradeiros] nos moldes atuais.”

A DDPA foi criada em setembro do ano passado para investigar casos ocorridos na capital fluminense. Antes da criação da delegacia, os casos ficavam sob responsabilidade da Seção de Descoberta de Paradeiro (SDP), vinculada à Divisão de Homicídios da capital fluminense.

Os desaparecimentos ocorridos nas regiões da Baixada Fluminense, Niterói, São Gonçalo e Itaboraí continuam sendo investigados pelas Delegacias de Homicídios de cada município.

Esta é uma reclamação da supervisora hospitalar Luciene Torres, mãe de Luciane Torres da Silva, que desapareceu em agosto de 2009, quando foi sequestrada no caminho para uma padaria em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. “Precisamos de uma delegacia especializada na Baixada, onde os casos são muitos, mas ninguém faz nada. A polícia não suporta todos os casos que recebe.”

Editor Armando Cardoso

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