Maníaco de volta às ruaWs
Redação DM
Publicado em 31 de maio de 2017 às 02:13 | Atualizado há 5 meses
O comerciante Sérgio Luiz Posse de Albuquerque, de 45 anos, foi libertado pela Justiça durante audiência de Custódia na sexta-feira e colocado em prisão domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônica. Ele havia sido preso no dia anterior após disparar uma pistola calibre .40 contra um grupo de pessoas no Setor Rio Formoso, região leste de Goiânia. Nesse atentado, ele feriu quatro pessoas e provocou um verdadeiro pandemônio em quem estava no estabelecimento.
Segundo o capitão Euler Filho, comandante da 15ª Companhia da Polícia Militar, cujos policiais prenderam Sérgio Posse, ele estava visivelmente embriagado quando efetuou os disparos e já apresentava comportamento violento. “Se ele não simpatizasse com uma pessoa era o suficiente para ele dizer que iria atirar contra essa pessoa, sem qualquer acontecimento que justificasse tanta violência”, explicou. O próprio oficial interrogou Sérgio Luiz Posse no dia em que ele disparou contra as pessoas na sorveteria e ainda tentou fugir.
Os policiais fizeram uma apuração preliminar e descobriram que Sérgio ficou a tarde toda bebendo em uma distribuidora de bebidas no mesmo setor e já apresentava um comportamento diferente, dizendo que iria até um bar ali próximo “meter bala em uns malas”. Segundo ele, esses “malas” estariam ameaçando ele e ficariam na sorveteria, que ele chama de bar.
Foi comentado após o incidente que o dono da distribuidora de bebidas fez um comentário que pode ter incitado ainda mais a psicose de Sérgio Luiz e provocado sua reação de atirar contra pessoas inocentes. “O dono da distribuidora disse que ele não era de nada e que não iria dar tiro em ninguém, e que provavelmente ele sequer tinha uma arma. Talvez ele tenha feito isso somente para se mostrar”, comenta uma pessoa do setor. Após pagar sua conta e sair andando em claro sintoma de embriaguez, ele parou sua Kombi na porta da sorveteria e disparou cerca de 10 tiros no rumo das pessoas que estavam no local. Dois adolescentes ficaram feridos com maior gravidade e foram encaminhados para o Hugol, que fica próximo dali. Eles não correm risco de morte.
Antes desse comportamento anormal, Sérgio já havia apresentado outro quadro psicótico como esse. Ele é proprietário de uma distribuidora de bebidas no Bairro Goiá, que faz divisa com o Setor Rio Formoso. Recentemente ele também disparou um tiro na boca de um rapaz sem que tivesse acontecido qualquer discussão ou atrito entre os dois. O rapaz ficou ferido e na ocasião Sérgio não foi preso porque fugiu, mas responde a inquérito por tentativa de homicídio.
Lamento
Para o capitão Euler Filho, a libertação de um indivíduo que apresenta um comportamento violento e comprovadamente perigoso como esse deveria ser visto com mais critério pela Justiça. “Nós, policiais militares, temos a sensação de ficarmos ‘enxugando gelo’ em pleno sol de meio-dia, porque todos os nossos esforços para garantir a segurança da sociedade são neutralizados quando a Justiça recoloca nas ruas um indivíduo que já provou ser violento, perigoso e com traços de psicopatia. Ele representa um perigo para si e para a sociedade, além do mais não sabemos quando ele irá surtar de novo e provocar novos transtornos como os dois que já ocorreram”. O fato dele ter descarregado uma pistola de calibre capaz de provocar uma tragédia seria suficiente para sua segregação preventiva, avalia o oficial. “Além disso não podemos garantir a segurança desse indivíduo se ele continuar circulando por aí impunemente e sendo visto por pessoas que ele atentou contra suas vidas e também seus familiares”, alertou.
No Setor Rio Formoso a população está revoltada com o retorno de Sérgio Luiz às ruas e em grupos nas redes sociais alguns já se manifestam claramente propensos a fazer justiça com as próprias mãos. “Sabemos qual é a distribuidora dele, se esse bixo (sic) sair ele morre”, disseram alguns que tiveram a concordância de outros. Alguns outros lembraram que em outras ocasiões distintas Sérgio Luiz já havia ameaçado jovens dizendo que iria “meter bala” neles, como contaram pessoas da comunidade.
Em rodas de conversas próximas à sorveteria onde ocorreu o incidente na quinta-feira da última semana disseram que ele corre sério risco se aparecer livremente, mesmo que ele já tenha aprontado um comportamento violento antes. “Não vamos deixar barato isso, porque um homem assim não pode ficar solto. Ele vai acabar matando um inocente e provocando uma tragédia. Precisa ser retirado de circulação urgente”, finalizou o pai de uma dos menores que estava na sorveteria.