Mateus é transferido para UTI humanizada

O estudante Mateus Ferreira da Silva, 33, foi transferido ontem para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) humanizada, no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Agora o estudante poderá ter um tempo maior com familiares e amigos, pois na unidade em que se encontra internado duas pessoas poderão permanecer por um período de 12h, diferentemente da outra UTI em que se encontrava, onde os visitantes poderiam ficar por no máximo uma hora.

Na tarde de ontem, em frente à Biblioteca da UFG, no Setor Universitário, estudantes fizeram uma manifestação. Os alunos saíram pelas ruas carregando cadeiras, tocando tambores e alguns pintaram os rostos. Eles bradavam: “Força, Mateus! Abaixo a PM”. A presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, senadora Regina Sousa (PT), dentre outros parlamentares, fez uma visita ao jovem, conversou com a família e afirmou que irá acompanhar de perto as investigações. Amigos próximos de Mateus afirmam que o ex-presidente Lula ligou se colocando à disposição para ajudar.

Apesar de estável, quadro de Mateus é considerado grave. Mas de acordo com o boletim divulgado na última terça-feira, o jovem não corre risco de morte. Nenhuma cirurgia está prevista, sua pressão está normal e a sedação foi diminuída, segundo boletim médico.

Entenda o caso

Mateus participava das manifestações populares contra as reformas trabalhista e previdenciária propostas pelo Governo Federal e que tramitam no Congresso Nacional. No início da tarde do dia 28, um princípio de tumulto resultou em confronto entre agentes da segurança pública e alguns manifestantes que passaram a lançar pedras e rojões contra os policiais.

Um vídeo compartilhado nas redes sociais e divulgado por órgãos de imprensa registrou o exato momento em que o estudante foi atingido por um policial portando um cassetete. Mateus aparece correndo para fugir do tumulto que se vê ao fundo quando um policial militar o atingiu de forma brutal na cabeça, empunhando o cassetete com as duas mãos. Mateus sofreu traumatismo cranioencefálico e múltiplas fraturas. O policial foi afastado e os estudantes da Universidade Federal de Goiás (UFG) pedem que ele seja condenado, já que a própria Secretaria de Segurança Pública reconheceu os excessos em sua ação.