Cotidiano

“Me condena a 30 anos, porque 10 é pouco”

Redação DM

Publicado em 26 de agosto de 2015 às 01:00 | Atualizado há 10 anos

Kidia Lima,Da Editoria de Cidades

Acusado de matar o cartunista Glauco Villas Boas e seu filho Raoni, Carlos Eduardo Sundfel Nunes, conhecido como Cadu, se comportou de maneira irônica e debochada em audiência de instrução e julgamento realizada ontem, em Goiânia. O réu também é acusado de receptação, porte ilegal de armas e latrocínios.

“Me condena a 30 anos, porque 10 é pouco” foi a resposta dada por Cadu a uma pergunta. A magistrada questionou se ele teria ateado fogo no colchão da cela em que estava preso. O fato ocorreu em 27 de julho deste ano. Devido ao ato, Cadu passou por isolamento como medida disciplinar e teve suspensas suas visitas.

Na maior parte de quase uma hora de audiência, Cadu riu. Nas diversas perguntas direcionadas ao suspeito, ele respondeu com lacônicos “Nada a declarar” ou “Não me lembro”. Desta forma, Cadu recusou respostas para a magistrada, promotor de Justiça, assistente de acusação e a própria defesa.

Quanto aos crimes de homicídio, o acusado negou e assumiu apenas a condução do carro roubado de Matheus Pinheiro de Morais. As perguntas a respeito sobre onde vivia antes da prisão e quanto ao pai foram respondidas com frases bizarras: “Eu morei com o Gasparzinho” e “Meu pai é amigo do Cebolinha”. Quanto a uma carta escrita por ele dentro do Núcleo de Custódia, a resposta foi “Não escrevi a carta, foi Chico Xavier”.

 

Testemunhas

De acordo com nota publicada pelo Tribunal de Justiça de Goiás, seis testemunhas foram ouvidas. Paula Fernanda Carvalho de Faria, namorada do estudante de Direito Mateus Pinheiro de Morais, morto em 31 de agosto de 2014, aos 21 anos em um assalto praticado por Cadu e um comparsa, ainda não identificado, disse que viu o rosto dele.

Foi ouvida também a mãe de Marcos Vinícius Lemes da Abadia, agente penitenciário morto em latrocínio em 31 de agosto de 2014.

Também foram ouvidos Joaquim da Cunha, testemunha ocular do momento em que Marcos Vinícius foi baleado; Thiago Damasceno Ribeiro, delegado de Polícia Civil que prendeu Cadu; Wilson Luiz Ávila Junior, policial militar; Rodrigo César Costa de Moraes, guarda civil que estava entre os que prenderam Cadu. Todas as testemunhas eram de acusação.

 

Vítimas

Marcos Vinícius Lemes D’Abadia foi assassinato em uma tentativa de furto executada pelo acusado no dia 28 de agosto. Marcos Vinícius flagrou Carlos Eduardo tentando roubar seu carro. A vítima foi baleada, socorrida e levada para o Hospital de Urgência de Goiânia (Hugo), mas morreu após 53 dias de internação.

Matheus Pinheiro Morais também foi supostamente morto por Cadu em latrocínio. De acordo com a Polícia Civil, ele praticou o crime junto a um comparsa em 31 de agosto, no Setor Bueno. A namorada da vítima, Paula Fernanda Carvalho Faria, presenciou o crime em que o autor levou o carro de Matheus com os pertences que estavam no interior do veículo, pois havia dado ordem de que deixassem tudo. O celular foi jogado fora.

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