MP e Procon ordenam que postos reduzam os preços
Diário da Manhã
Publicado em 18 de novembro de 2017 às 03:15 | Atualizado há 4 meses
O Ministério Público do Estado de Goiás (MP – GO) instaurou, na terça-feira, um inquérito civil para investigar se houve aumento abusivo dos preços de combustível por parte dos postos na Capital. A promotora Ariane Gonçalves, coordenadora adjunta do Centro de Apoio Operacional do Consumidor do MP explicou que a base do inquérito é a constatação de que nos últimos meses, enquanto a margem média de lucro nacional abaixou, a margem de lucro em Goiânia aumentou.
A promotora informou ao Diário da Manhã que até quinta-feira alguns donos de postos estavam ganhando R$ 0,62 por litro de gasolina vendido, enquanto nacionalmente a média é de R$ 0,42 por litro. Já a situação do etanol é ainda mais grave: em postos goianos o lucro chega a R$ 0,58 por litro vendido, enquanto a média nacional é R$ 0,38 por litro.“A princípio, não existe nenhuma peculiaridade na economia de Goiânia que justifique que somente aqui a margem de lucro suba”. Por isso, uma das atividades do inquérito civil instaurado pelo Ministério Público na terça-feira é justamente a realização de um estudo aprofundado do Mercado de Goiânia, para verificar se esse aumento é justificável.
O inquérito do MP foi assinado pelas promotoras Maria Cristina de Miranda e Marísia Sobral Costa Massieux, das Promotorias de Justiça do Consumidor de Goiânia. Além disso, foi feita uma recomendação a todos os postos de combustíveis para retomarem a margem de lucro adotada em julho deste ano — época anterior aos reajustes anunciados pela Petrobras, que teriam sido usados como desculpa para os aumentos excedentes. O Sindiposto já foi notificado da recomendação e tem 5 dias para notificar todos os postos sindicalizados por ele .
Além da recomendação, o Ministério Público entrou com uma ação civil pedindo a um juiz que determine a redução imediata dos preços. O valor da multa diária para os que descumprirem a ação judicial será de R$ 10.000,00. A promotora também explicou que se as investigações evidenciaram a ocorrência de cartel, por este ser crime, as providências a serem tomadas não são competência das Promotorias do Consumidor, e sim das Promotorias Criminais. Mas assegura que de qualquer maneira “o Ministério Público não descarta qualquer possibilidade, e se for constatado a prática de cartel, vai haver responsabilização”.
PROCON
Outra ação civil contra os postos de combustível em Goiânia, dessa vez da Superintendência de Proteção aos Direitos do Consumidor de Goiás (Procon) por meio da Procuradoria Geral do Estado de Goiás (PGE), foi acolhida ontem pelo juiz Reinaldo Alves Ferreira, da 1ª Vara da Fazenda Pública Estadual. A Justiça determina que os postos retomam a margem de lucro bruto médio sobre o etanol praticada em julho, correspondente a 10,2%. O magistrado estabeleceu uma multa diária de R$ 20.000,00 para os que não reduzirem os preços do etanol.
A ação civil do Procon instaurada no dia 10 e deferida pelo juiz Reinaldo na manhã de ontem teve como alvo 60 postos. Além dela, uma nova ação foi feita ontem contra mais 96 postos. Conforme apuração da Superintendência, no período de julho a novembro de 2017 as distribuidoras de combustível reajustaram o preço do etanol em 3,55% enquanto os postos reajustaram em 14,29%.
As atuações do Procon e do Ministério Público, apesar de cumprirem a mesma finalidade, são independentes. E enquanto o Ministério Público investiga os aumentos da gasolina e do etanol, o Procon foca apenas no etanol.