MPF investiga supostas omissões do Iphan na conservação de patrimônio histórico de Goiânia
Diário da Manhã
Publicado em 6 de dezembro de 2017 às 00:07 | Atualizado há 4 meses
Hoje a estação está no abandono. MPF abre inquérito para apurar responsabilidade da prefeitura
O Ministério Público Federal (MPF) em Goiás instaurou um inquérito civil para investigar as supostas ações e omissões praticadas pelo Iphan e pelo Município de Goiânia sobre o estado de conservação e uso da Estação Ferroviária de Goiânia, bem tombado pela União.
Como primeiras providências, o MPF oficiou à Superintendência Regional do Iphan em Goiás, requisitando informações atualizadas e detalhadas sobre a situação da Estação Ferroviária, mais especificamente quanto ao seu estado de conservação e seu uso, pedindo encaminhamento de eventual relatório de vistoria realizada recentemente.
O MPF também oficiou à Secretaria de Cultura do Município de Goiânia, requisitando informações acerca das medidas tomadas para a restauração do imóvel, apresentando cronograma de atividades ainda não realizadas. As informações deverão ser prestadas ao MPF no prazo de 30 dias.
De acordo com a procuradora da República Léa Batista de Oliveira, a instauração do IC ocorreu devido a notícias veiculadas pela imprensa local e informações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que relatavam o precário estado de conservação e falta de uso da Estação.
O prédio, tombado pela União desde 2003, pelo seu valor histórico e arquitetônico, em estilo Art Déco, foi inaugurado há 67 anos, em setembro de 1950. A demora por parte do Município de Goiânia na correção da documentação da proposta de restauração da Estação Ferroviária inviabilizou sua inserção dentro dos recursos do PAC Cidades Históricas, previstos em 2013, quando a ação foi selecionada.
A gestão anterior do Município de Goiânia perdeu o prazo para receber os recursos federais que viabilizariam a restauração da Estação. As consequências da morosidade refletem no abandono do patrimônio histórico de Goiás. O MPF apurará a responsabilidade do Município de Goiânia pela conservação e uso da Estação Ferroviária, aguarda agora, no prazo de 30 dias, informações atualizadas da Superintendência Regional do Iphan em Goiás e da Secretaria de Cultura do Município de Goiânia.
A reportagem do Diário da Manhã buscou posicionamento da Secretaria de Cultura do Município de Goiânia sobre as medidas tomadas para a restauração do imóvel, mas gestores responsáveis pelo departamento informaram que não estavam inteirados do assunto.