Mulher que matou filha recém-nascida e escondeu o corpo por cinco anos é condenada
Diário da Manhã
Publicado em 2 de agosto de 2018 às 11:44 | Atualizado há 7 anos
A professora Márcia Zaccarelli foi condenada por um júri popular a 18 anos e 8 meses de reclusão, a serem cumpridos em regime fechado, na Penitenciária Odenir Guimarães, antigo Cepaigo. O julgamento, realizado nesta quarta-feira (01/08). A mulher foi considerada culpada pela morte da filha recém-nascida e por esconder o corpo durante cinco anos em um escaninho no prédio em que morava, no setor Bueno.
Os jurados entenderam que a mulher é culpada pelo crime e que agiu com frieza e crueldade ao assassinar a filha tapando o nariz da recém-nascida o que fez com que ela morresse asfixiada. De acordo com o Tribunal de Justiça de Goiás, o júri entendeu que, na época, a professora não possuía nenhuma doença ou perturbação mental. Sendo que a ré possui uma ocupação lícita, curso superior completo e boa adaptabilidade social.
No seu interrogatório, Márcia apresentou uma versão diferente daquilo que havia confessado à polícia no qual ela escondeu a gravidez do ex-marido, Glaudson de Souza Costa, e matou a filha asfixiada. A professora explicou que o pai da bebê, que era um amante, e o ex-companheiro sabiam que estava grávida, mas ninguém quis assumir a paternidade.
A professora narrou que a morte da filha foi acidental e aconteceu em uma discussão com o ex-marido que queria tirar a recém-nascida de seus braços. A briga ocorreu em uma praça após a ré sair do hospital. A mulher teria segurado a menina contra o seu corpo para impedir que o ex-companheiro a tirasse do seu colo.
Ela afirma que segurou o bebê contra o seu corpo e só percebeu que a bebê havia morrido horas depois quando já havia retornado para a casa. Márcia alegou ainda que a ideia de esconder o corpo foi do ex-companheiro. Segundo ela, na hora que percebeu que a bebê não estava respirando ficou desesperada e o ex-companheiro ria. A professora contou ainda que o corpo da menina era uma prova do crime e no caso ela tentasse se separar dela, Glaudson ligaria para a polícia e contaria sobre o caso.
Segundo a ré, quando entrou em trabalho de parto, o marido disse que era para ela “sumir e dar um jeito” na criança. “Eu jamais abortaria. Quando eu entrei em trabalho de parto, o Glaudson disse que era para eu sumir e dar um jeito na criança, não voltar para casa com ela, porque ele não passaria por essa vergonha”, contou.
Cinco testemunhas arroladas pelo Ministério Público e pela defesa foram ouvidas. Entre elas, a filha de Márcia Zaccarelli. A adolescente de 14 anos chorou algumas vezes e ressaltou que sentia medo do seu padrasto, Glaudson, porque, segundo ela, era um homem que fazia a mãe dela sofrer. Segundo a menor, o padrasto descobriu a traição da mãe em 2015 e chegou a bater nela e em Márcia.
No registro, a mulher chora por diversas vezes. Por fim, a Márcia ainda afirmou que tem consciência do que fez, mas que é uma boa pessoa.
(Foto: TJ-GO)