Cotidiano

O preço do descaso

Diário da Manhã

Publicado em 29 de outubro de 2015 às 23:08 | Atualizado há 4 meses

No dia 8 de agosto, o trecho da Avenida T-7, entre as avenidas T-2 , C-205 e C-204 foram interditadas para o início de algumas obras. Os comércios da rua, como era de se esperar, iriam ser diretamente afetados pela situação. Se prepararam com antecedência para conseguir lidar com o problema, mas a realidade se mostrou muito mais difícil.

A previsão de entrega era para o dia 27 de setembro. A construção traria uma nova rede de galeria pluvial, instalação de cabos ópticos, sinalização semafórica em LED, pavimentação rígido e sinalizações horizontal e vertical. Os comerciantes entendiam o progresso necessário que a obra traria, apesar das dificuldades, e confiaram nos prazos informados pela prefeitura.

Desde o início das obras, os transtornos e prejuízos por conta do baixo movimento foram muito mais graves que o imaginado. Desesperados com a situação, tentaram entrar em contato com a empreiteira que é a responsável pela obra, mas não obtiveram qualquer retorno.

Consequências

“Já demiti 46 funcionários e devo mandar mais gente embora. Se a obra não acabar, não tem como segurar mais funcionários. Eu já fiz todas as coisas que eu poderia ter feito, dei férias, fiz muitos ajustes para ver se conseguia ficar até dia 27 de setembro. Tem 15 dias que eu fui na Prefeitura e falaram para mim que seriam mais dez dias para a obra ser entregue e isso já tem mais de 15 dias’’ queixa Willian Narciso, proprietário do Empório Della da Avenida T-7.

A Atendente de Telemarketing do Empório Della, Jane Menezes, tinha três opções de linhas de ônibus para ir embora para casa antes da obra. Ela afirma que a hora de voltar do trabalho é a mais difícil, pois tem que subir a pé até a Avenida C-4 para pegar o ônibus que antes passava em frente ao seu trabalho. Jane saia do trabalho às 20:00 e chegava em casa às 21:00. Depois que a obra foi iniciada, ela só chega depois das 23:00.

‘‘Os clientes ligam para encomendar bolos e salgados e a primeira pergunta que eles sempre fazem é se a obra da T-7 já acabou. Eu tenho 50 anos e tenho medo de perder meu emprego e não conseguir outro por conta da minha idade. Todos os dias eu passo muito medo andando sozinha até o ponto, a violência está muito grande, tanto na rua, quanto dentro dos ônibus’’.

O proprietário do Empadão Goiano, Luiz Coutinho, afirma que nos últimos dias, quando a obra está parada, alguns funcionários ficam andando pela construção, mas não fazem nada. Os comerciantes já tentaram entrar em contato com a empreiteira, mas ela culpa a prefeitura.

‘‘A partir do momento em que a empresa assumiu uma obra pública, ela automaticamente passa a ter responsabilidade com a sociedade. Se a obra fosse bem planejada, se trabalhassem de dia e de noite, em um mês a obra já teria acabado. A obra tem que ser entregue para não prejudicar a população no geral’’ os comerciantes concluem.

A redação entrou em contato com a empreiteira que não quis se pronunciar sobre o caso, orientando que o esclarecimento fosse solicitado à prefeitura ou CMTC. Até o encerramento da reportagem, os órgãos não haviam se pronunciado.

Tags

Leia também

Siga o Diário da Manhã no Google Notícias e fique sempre por dentro

edição
do dia

Impresso do dia

últimas
notícias