Cotidiano

O primeiro dia de finados de Cristiano Araújo

Diário da Manhã

Publicado em 2 de novembro de 2015 às 03:29 | Atualizado há 4 meses

Feriado de finados tem um apelo muito forte para grande parte da população que aproveita para recordar com saudosismo os entes que perderam nesta vida (Fotos: Cristóvão Matos)

Nasser Najar

Um feriado sempre é maravilhoso e todo brasileiro comemora, principalmente quando este fica próximo ao final de semana e as pessoas podem prolongar os dias de descanso. Muitos não querem saber se é feriado religioso ou referente à pátria: o ateu e o antinacionalista aproveitam do mesmo modo para viajar, descansar ou fazer festas.

Porém o feriado de finados tem um apelo muito forte para grande parte da população. Nesse dia, serão esperados mais de 400 mil visitas a túmulos somente nos cemitérios da Capital.

Os cemitérios públicos e particulares se prepararam a semana toda para receber os visitantes que vão recordar com carinho e uma certa dose de dor nostálgica os queridos que já deixaram o plano físico.

O Jardim das Palmeiras, por exemplo, irrigou bem, fez podas e deixou tudo em ordem. Já o Cemitério Parque, fez uma pintura no muro, para melhorar o aspecto do local. Comerciantes informais, que vão para as portas dos locais de descanso final, e floricultores adoram o Dia dos Mortos, pois junto com o Dia dos Namorados, são os dois dias do ano em que mais faturam.

Finados: História

Conhecido como Dia dos Mortos, no México, essa tradição de celebração vem de três mil anos atrás. Registros evidenciam que os astecas, maias e outros povos pré-hispânicos já tinham essa tradição arraigada.

Na cultura católica, foi a partir do século V que a Igreja começou a dedicar um dia do ano para os falecidos. As missas celebradas nesse dia eram para os mortos esquecidos ou que não recebiam nenhum tipo de oração. Foi somente no século XIII que a Igreja Católica estipulou que o dia 2 de novembro deveria ser o Dia de Finados. O dia 2 foi escolhido, pois o dia primeiro de novembro é o Dia de Todos os Santos.

Túmulos Famosos

Apesar da maioria das pessoas visitarem parentes e amigos, existe uma parcela que não consegue deixar de lado a idolatria, mesmo após a morte. Esses famosos que morreram tem seus túmulos cobertos por flores e diversos tipos de homenagens, como fotos, bandeiras, banners etc.

Esse é o primeiro feriado de finados desde a morte de Cristiano Araújo. A reportagem do Diário da Manhã foi visitar os cemitérios de Goiânia para ver os preparativos e não teve nenhuma dificuldade de achar o local do falecido ídolo recente da música sertaneja. Disparado já era o mais coberto de flores, fotos e homenagens. Havia dois banners estendidos. Os administradores do cemitério acreditam que este será a jazida mais visitada este ano.

FERNANDÃO – Ídolo incontestável do Goiás E.C. e do S.C. Internacional, Fernandão ganhou inúmeros títulos. No esmeraldino foi penta campeão goiano e série B. No Inter ganhou a Libertadores e o Mundial. Morreu com 36 anos em uma queda de helicóptero na cidade de Aruanã. Seu Túmulo tem a bandeira dos dois principais times de sua carreira.

CRISTIANO ARAÚJO – Ao voltar de um show, o carro que estava capotou e Cristiano, sem cinto, foi arremessado para fora do veículo. Morreu dentro de um helicóptero quando estava sendo transferido para um hospital em Goiânia. O “Causador de Efeitos” morreu com 29 anos, um dia depois da data da morte de Leandro da dupla Leandro & Leonardo. A comoção foi nacional. Este ano, o Túmulo de Cristiano deve ser o mais visitado da capital.

LEIDE DAS NEVES – Pobre menina morreu aos 6 anos, vítima do maior acidente radioativo da história do mundo (fora de usinas nucleares). Ao desmontar uma máquina de Raio-X, o dono do ferro-velho descobre o Césio-137, um pó azul que brilha no escuro muito radioativo. Impressionado, ele distribui o pó para familiares e amigos inocentemente e Leide acaba ingerindo. Morreu com muitos problemas e quase não conseguiu ser enterrada, pois a população tinha medo que ela contaminasse o cemitério. Seu túmulo é especial, totalmente feito de chumbo e lacrado e está no Cemitério Parque.

No Sant’ana também está o túmulo do padre Pelágio Sautter, que não guarda os seus restos mortais, mas ainda é um local de peregrinação. Sua ossada foi levada para Igreja Matriz de Campinas, depois transferida para a Igreja do Santíssimo Redentor, em Trindade. Ele em São Paulo antes de vir para Goiás onde passou 47 anos. O padre Alemão foi maestro, professor de música e escritor, era considerado carismático e simples e por isso era querido pelo povo, que atribuiu a ele vários milagres. Ele morreu no dia 23 de novembro de 1961, aos 83 anos, vítima de enfisema pulmonar. No ano passado o Papa lhe concedeu o título de venerável, um dos passos para a beatificação.


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