Cotidiano

O que há por trás da perseguição à Eseffego?

Redação DM

Publicado em 24 de setembro de 2018 às 23:31 | Atualizado há 6 meses

A Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia do Estado de Goiás (Eseffego) enfrenta, há dois meses, mudança brusca e sem ex­plicações por parte do Governo do Estado. Hoje, a Eseffego está aloja­da em imóvel da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), qual seja o Centro de Excelência Esporte, e nenhuma autoridade constituí­da se responsabiliza em dar qual­quer explicação ao corpo docente ou à comunidade local sobre o fu­turo da instituição. O que se teme é que a área seja vendida e que a Eseffego perca para sempre patri­mônio avaliado em milhões, con­quistado pelo povo daquela comu­nidade na década de sessenta.

Inicialmente, as pessoas se re­uniam na praça de Vila Nova para praticarem esportes e lazer. Como toda a comunidade do lado leste da cidade aderiu, notou-se que não haviam profissionais que pudessem dar aulas de educação física e espor­tes em Goiás. Em 1961, foi feito um levantamento para ver se haviam profissionais capacitados para mi­nistrarem tais aulas e verificou-se que haviam apenas 5 professores.

O Governo de Goiás então de­cidiu mandar para o Rio de Janei­ro pessoas que se interessassem em fazer o curso, para retornarem e prepararem outros profissionais em Goiás.

EIS O INÍCIO DA ESEFEGO

Além desses profissionais, vieram outros professores com o título de doutorado para com­porem a banca dos professores. Esse reforço veio do Rio de Ja­neiro, do Rio Grande do Sul e de Brasília. A professora Maria Cas­simiro integrava o quadro de pro­fessores desta primeira turma.

Foi criada então a Escola Supe­rior de Educação Física e Fisiotera­pia do Estado de Goiás (Eseffego). Desde então, a escola vem dando as regras do esporte e educação fí­sica no Estado de Goiás.

Primeiro foi criado o curso de li­cenciatura em educação física, de­pois o de fisioterapia.

A Universidade Estadual de Goiás veio para abraçar todos os cursos outrora esparsos pelo es­tado, integrando-os em uma úni­ca instituição.

Ao arrepio da lei ou alguma norma, no final das férias de agos­to o Governo de Goiás, em dois dias, fez a mudança da Eseffego de todo o equipamento, material e laboratório para o Centro de Ex­celência no Esporte.

Novamente, o Governo do Es­tado de Goiás coloca importante instituição de educação em risco de fechamento. A Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia do Estado de Goiás (Eseffego) está prestes a completar 60 anos e não sabe se subsistirá a mais esta inves­tida contra si. Seu futuro é incerto.

O Centro Olímpico, como tam­bém é chamado, foi destinado à prática do esporte de rendimento, seja profissional ou amador. Entre­tanto, hoje está sendo improvisado para abrigar a Eseffego, em uma mudança a toque de caixa, que dei­xou todos assustados, haja vista que a Escola Superior de Educação Físi­ca e Fisioterapia do Estado de Goiás (Eseffego), embora precariamente, abrigava seus alunos e grande par­te da comunidade da Vila Nova que ali e exercitava, como nos primór­dios, na praça do povo. Isso porque a Eseffego sempre funcionou visa­do o bem estar dos moradores da Vila Nova, e você pode conferir no relato histórico acima assentado.

A mudança de uma instituição pode acontecer. O que não pode é que ela seja feita sem qualquer tipo de deliberação oficial.

Segundo os professores que compareceram à sede do Diário da Manhã e que não querem ser iden­tificados, pois temem represália por parte do Governo Estadual, não há sequer uma portaria que trate do assunto, qual seja a mudança da Eseffego para o Centro Olímpico.

O projeto de mudança deveria ter sido aprovado pelos colegiados da Universidade Estadual, mas até agora, ninguém se manifestou como o responsável pela mudan­ça, ou explicou porque a mudan­ça ocorreu, já que a Eseffego estava funcionando normalmente em sua sede na Vila Nova até que foi sur­preendida com a mudança.

Foi aberto um processo no Conselho Estadual de Educação (CEE) solicitando esclarecimen­tos acerca da mudança.

O interessante é que qualquer curso, do fundamental até o su­perior, necessita de uma autori­zação do Conselho Estadual de Educação para funcionar. O Mi­nistério da Educação e Cultura (MEC) deliberou que o ensino pú­blico superior seria normatizado pelo Conselho de Educação.

Estranhamente, o Conselho Es­tadual de Educação (CEE) não se pronunciou sobre o fato, alegando incompetência.

Deste modo, com a negativa do Conselho Estadual de Educação (CEE) em adentrar ao mérito da questão, hoje a Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia (Esef­fego) funciona de modo improvisa­do no Centro de Excelência do Es­porte, que não foi criado para ser faculdade, o que caracteriza desvio de finalidade. O Centro de Excelên­cia não foi construído para receber uma instituição de ensino superior.

Como uma das matérias do cur­so é anatomia, inicialmente os cadá­veres estavam jogados, sem formol, dentro do Centro de Excelência.

No caso da mudança da Escola Superior de Educação Física e Fi­sioterapia (Eseffego), faltou tudo para que a mudança ocorresse: projetos, justificativa ou delibera­ções, que seriam desobediência à normas pertinentes ao assunto.

Atualmente os alunos da Escola Superior de Educação Física e Fisio­terapia (Eseffego) estão assistindo aulas improvisadamente, uma vez que estão ocupando os alojamen­tos do Centro de Excelência.

O Centro de Excelência não foi para salas de aula. Então, algumas salas são estreitas demais, outras amplas demais, e outras salas es­tão com alunos sentados no chão para assistirem às aulas.

Na verdade, a Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia (Eseffego), que já estava abando­nada, agora, com a mudança e ar­rancados os equipamentos outrora fixos na sede da Escola Superior do Esportes, está deteriorada.

Existe um contrato de ges­tão compartilhada entre a Agên­cia Goiana de Transportes e Obras (Agetop) e a Universidade Estadual de Goiás (UEG), com validade de 60 meses, que dispõe sobre o funcio­namento da Eseffego na sede do Centro de Excelência. Esse termo de cooperação entre a Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) e a Universidade Estadual de Goiás (UEG), não menciona que a Escola Superior de Educação Física e Fisio­terapia (Eseffego), iria mudar para o Centro de Excelência. Os profes­sores e alunos estão lá como inva­sores. Não há por parte da Agên­cia Goiana de Transportes e Obras (Agetop) um documento cedendo as instalações para a Escola Supe­rior de Educação Física e Fisiotera­pia (Eseffego). O que se tem é que há uma parceria entre a Escola Su­perior de Educação Física e Fisiote­rapia (Eseffego), e a Agência Goia­na de Transportes e Obras (Agetop) para o desenvolvimento das ativida­des do desporto por sessenta meses.

O fato é que a Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia (Eseffego) tem sede própria na Vila Nova, e o desalojamento da enti­dade e seu deslocamento para o Centro de Excelência está trazen­do muita desconfiança por parte de toda a comunidade que mora nos arredores, já que era atendida através do de projetos de exten­são para suprir com educação fí­sica toda a comunidade do setor.

Em suma: o Governo do Esta­do de Goiás está tirando a Escola Superior de Educação Física e Fi­sioterapia (Eseffego) de sua sede própria e a colocando em um lugar improvisado, cedido pela Agên­cia Goiana de Transportes e Obras (Agetop), sem qualquer justificati­va plausível para tal fato.

O temor de toda a comunidade acadêmica é que a área da Escola Superior de Educação Física e Fi­sioterapia (Eseffego) seja vendida. A Universidade Estadual de Goiás estaria perdendo patrimônio histó­rico e de grande importância para a entidade, já que trata-se da sede própria da Escola Superior, que está avaliado em muitos milhões de reais. Os professores da Escola Superior de Educação Física e Fi­sioterapia (Eseffego) alegam que nunca debateram o assunto ‘mu­dança da Eseffego’ com as autori­dades competentes, já que elas se recusam a falar do assunto, como fez o Conselho Estadual de Educa­ção (CEE), declarando-se incom­petente para debater o assunto.

A Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia (Eseffego) é uma instituição pública de ensino superior cuja sede própria foi su­mariamente desocupada, levan­tando rumores de toda a comuni­dade acadêmica e da população do setor que a área seria vendida, o que é inadmissível, já que o pa­trimônio da Eseffego é uma con­quista de toda a comunidade local.

Os docentes foram pegos de sur­presa. Desde o dia primeiro até dia 30 de julho estavam em férias cole­tiva. Quando retornaram para dar as aulas, todo o material da Escola Su­perior de Educação Física e Fisiote­rapia (Eseffego) estava encaixotado e a mudança já havia acontecido.

Deste modo, os prejuízos são muitos: o primeiro prejuízo diz res­peito à retirada da instituição de ensino superior de sua sede pró­pria, (Eseffego) transferindo-a para outro local que não foi construído para esta finalidade, atrapalhan­do a função do local para onde foi, qual seja o Centro de Excelência do Esporte, qual seria de formar atle­tas para o esporte de rendimento.

É bom esclarecer que a Escola superior de Educação Física e Fisio­terapia (Eseffego) forma professo­res e o Centro de Excelência forma atletas de alto rendimento.

Perderam-se dois objetivos: o do Centro de Excelência, que foi construído para a prática de es­porte de rendimento e agora sedia uma instituição de ensino supe­rior, enquanto a Eseffego perdeu sua sede própria, visto que está abandonada e sobre sua destina­ção nada foi alegado até o presente momento. O corpo docente tem se empenhado para receber do Go­verno de Goiás essas respostas, sem sucesso, até a presente data.

O advogado Alexandre Ramos Caiado está de prontidão para ju­dicializar o caso se houver necessi­dade, pois há prejuízos iminentes a toda comunidade da Vila Nova e à Escola Superior de Educação Físi­ca e Fisioterapia (Eseffego).

Esta reportagem entrou em con­tato com a Agetop que se pronun­ciou através do chefe do núcleo do Centro de Excelência do Esporte, Fábio Sodré, que disse: “sou ape­nas um executor de tarefas opera­cionais, mas que não sabe informar nada do ponto de vista burocrático”

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