Cotidiano

Observatórios Oceânicos: estudo dos mares passa a ser ao vivo pela internet

Redação DM

Publicado em 6 de junho de 2016 às 18:42 | Atualizado há 9 anos

Maiana Diniz

A partir de hoje (6), muitos dos segredos dos oceanos vão passar a ficar acessíveis 24h por dia, durante tod a semana, para cientistas, educadores e qualquer pessoa que tenha acesso à internet. Após dez anos do projeto que demandou investimentos de quase US$ 400 milhões de dólares, a Iniciativa de Observatórios Oceânicos (OOI, na sigla em inglês), criada pela Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos, vai garantir presença científica permanente nos oceanos.

A rede de plataformas e sensores da OOI rastreia propriedades físicas, químicas, geológicas e propriedades biológicas do fundo e da superfície do mar, e gera dados em tempo real. O projeto inclui robótica submarina, cabos de fibra ótica e instrumentação especializada.

A OOI tem 83 plataformas com mais de 830 instrumentos espalhados em sete matrizes oceânicas localizadas no Atlântico e no Pacífico. Cada plataforma tem uma combinação de aparelhos que geram milhares de informações científicas, como temperatura e salinidade, entre muitas outras. A OOI instalou um observatório no chão tectonicamente ativo no norte do Pacífico, outros próximos à costa leste e à costa oeste dos EUA, e quatro em locais de alta latitude, próximos à Groenlândia, ao Alasca, à Argentina e ao Chile.

De acordo com a OOI, a inovação da iniciativa está no fato de garantir presença científica permanente nos oceanos, o que pode revolucionar o conhecimento oceanográfico como aconteceu há décadas com a atmosfera terrestre. O objetivo do projeto é que os dados aumentem a compreensão de cientistas sobre terremotos e mudanças nas placas tectônicas e permitam a pesquisadores conhecer espécies que vivem em fontes hidrotermais e entender fenômenos climáticos e meteorológicos como o El Niño e a acidificação dos oceanos.

Desde janeiro, a página da OOI está aberta a qualquer usuário interessado em acessar os dados gratuitamente, mas só a partir de hoje os dados serão transmitidos em tempo real. No portal, agora é possível assistir a transmissões ao vivo em alta definição de fontes hidrotermais, por exemplo, fissuras no fundo do mar que ainda são tidas como um mistério para a ciência.
Link: https://ooinet.oceanobservatories.org/
A expectativa é que as informações sejam usadas por professores para ensinar conceitos oceanográficos a estudantes e que também ajudem na administração pesqueira, podendo ser consultadas por pescadores que queiram saber as condições do mar para planejar a atividade.

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