Olha a cobra! É mentira!
Redação DM
Publicado em 13 de junho de 2015 às 02:19 | Atualizado há 5 meses
O mês de junho é marcado pelas festas juninas, tradição composta por uma mistura de elementos culturais trazidos pelos portugueses ao Brasil e aqui comemorados desde os tempos coloniais. A festa, em diversas regiões do País, foi, com o passar do tempo, misturando-se aos aspectos culturais dos brasileiros e adquiriu características particulares em cada região. Como, por exemplo, na região Nordeste do País, onde a seca é um problema grave e as festividades no mês de junho ganham uma grande expressão, sendo este um momento em que os nordestinos aproveitam para agradecer as chuvas e fazem homenagens aos três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio.
Já na região Centro-Oeste as festas juninas assumem também outras conotações sendo uma delas o fato das apresentações de quadrilhas, serem comemoradas numa tentativa de resgate folclórico realizado por colégios, empresas e governo.
Para o secretário da Confederação Brasileira de Entidades de Quadrilhas Juninas (Confebra), membro do Conselho Municipal de Cultura e responsável pela coordenação das quadrilhas do município, Alex Gomes Gontijo, a importância das festividade se fundamenta na estruturação, preservação dos costumes e sobretudo no que se refere a manutenção e continuidade da cultura popular na cidade de Goiânia e no Estado.
“Daí que vem a riqueza na questão de preservar o regionalismo de cada região do País. Você preserva os costumes do seu estado como, por exemplo, a catira, o fogaréu, as cavalhadas de Pirenópolis, o levantamento de mastros com as imagens dos santos, às vezes também é trazido à questão das procissões, ou seja, a religiosidade local”, descreve.
Mas uma coisa é certa: em todos os quatro cantos do Brasil as festas juninas possuem a dança de quadrilha, barraquinhas com comidas típicas e jogos para animar os visitantes. Sem falar que, no mês de junho, grande parte das comidas típicas são provenientes do milho.
Dentre estes alimentos estão a pamonha, cural, milho cozido, canjica, cuscuz, pipoca, bolo de milho, alimentos relacionados às festividades de junho. Fazem parte ainda do cardápio desta época: arroz doce, bolo de amendoim, bolo de pinhão, cocada, pé-de-moleque, quentão e muito mais.
Tradição e inovação
A celebração da festa junina teve origem em países católicos da Europa em homenagem a São João e era denominada de festa Joanina. De acordo com historiadores, a tradição cristã está ligada às antigas práticas pagãs do culto ao fogo, em que as festas de São João são marcadas por fogos, fogueiras e mastros para recordar a lenda de Santa Isabel que teria acendido a fogueira ao lado do mastro para anunciar a Nossa Senhora o nascimento de São João Batista.
A definição para o termo “festa junina” aponta que este teria surgido devido às festividades serem realizada no mês de junho. Alex Gontijo observa que hoje tem grupos que mantêm as tradições, em que realizam apresentações voltadas para as temáticas juninas e outros que preferem inovar.
Ele lembra que dentro da temática inovação, ano passado, um grupo de quadrilha apresentou a temática do Charlie Chaplin, mas ele salienta que isso é trazido para o conceito junino de forma que se transforma o tema em dança de quadrilha.
Para as apresentações que tiveram início ontem, ele cita o tema, dentro da categoria inovação, “o amor é como o passarinho, que voa sem ter pena e nasce sem ter ninho”. “O tema é voltado para o amor e é utilizado o imaginário popular para interpretar, destacando, neste caso, o amor pela dança de quadrilha”.
Já na categoria tradicional Alex fala sobre a temática do seu grupo que este ano traz o tema “o casamento de Catarina de Médici”. A rainha da França do século XVIII se casou com o rei Henrique II. Existem registros que neste casamento foi a primeira vez que as mulheres puderam fazer parte da dança da corte.
“O termo quadrilha só é utilizado no Brasil. Na Europa, o termo é dança da corte. Escolhemos o tema porque a gente entende que Catarina foi uma revolucionária que viveu à frente de seu tempo, no sentindo de reivindicar o direito da participação da mulher nas comemorações festivas da época”, justifica.
Competição de quadrilha
Na Capital, a competição existe oficialmente desde 2007. Esse ano, esclarece Gontijo, será o 9º circuito. Ele será realizado em três etapas, com datas e locais distintos. “Hoje (ontem), amanhã e depois é a primeira etapa do circuito. Ela é realizada dentro do grande arraia de Goiânia, da Federação das Quadrilhas de Juninas do Estado de Goiás (Fequaju-Go), em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura (Secult)”, descreve.
Participam das competições 20 grupos de quadrilha, sendo 12 de Goiânia. Eles contaram com o apoio da Secult por meio da aprovação de edital para organização do evento. O circuito, que acontece na Praça do Trabalhador, tem entrada franca e conta com shows musicais e barracas de comidas típicas.
Veja a programação o 13º Arraial de Goiânia
Dia 13 de junho
- 19h30 – Grupo Viva
- 20h – Anarriê de São João
- 20h30 – Capim Canela
- 21h – Arriba Saia
- 21h30 – Aconchego
- 22h – Xique Xique
- 22h30 – Renascer
- 23h – Show com o Trio Jaquatirica
- Dia 14 de junho
- 19h30 – Brilha São João
- 20h – Arrasta Pé
- 20h30 – Chão Goiano
- 21h – Chapéu do Vovô
- 21h30 – Arraiá da Capitá
- 22h – Os Vagabundos
- 22h30 – Tradição e Rítmo
- 23h – Show com Amim Braga e Regional