Oruam é acusado de tentativa de homicídio por jogar pedras
Redação Online
Publicado em 25 de julho de 2025 às 15:04 | Atualizado há 14 horas
BRUNA FANTTI
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, o Oruam, 25, é investigado por tentativa de homicídio contra o delegado Moyses Santana Gomes e um oficial de cartório por ter, segundo os relatos, jogado pedras neles quando tentavam cumprir um mandado de apreensão de um adolescente que estaria escondido na residência do cantor, na segunda (21).
A informação foi confirmada pela reportagem, que teve acesso ao conteúdo do registro da ocorrência. Oruam está preso preventivamente desde terça (22), após ter sido indiciado pela DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes), da qual o delegado Moyses Santana é o titular. A Justiça decretou sua prisão pela suspeita de sete crimes: tráfico de drogas, associação para o tráfico, resistência qualificada, desacato, dano qualificado, ameaça e lesão corporal.
Já a investigação de tentativa de homicídio está a cargo da 16ª DP (Barra da Tijuca), unidade responsável pelo registro da agressão contra os agentes, ainda na noite em que Oruam interveio, o que possibilitou a fuga do adolescente de 17 anos.
O jovem, que também já foi preso, é apontado como um dos principais roubadores de carros do estado e segurança de Edgar Alves, o Doca, um dos líderes do Comando Vermelho no Rio de Janeiro. Já Oruam é filho de Marcinho VP, considerado pela polícia líder da facção.
Procurados pela reportagem, os advogados de Oruam não se manifestaram até a publicação.
Ao se entregar, Oruam pediu desculpas. “Só quero pedir desculpas mesmo. Dizer que amo muito meus fãs. Eu vou dar a volta por cima, tropa. Estou com Deus e está tudo tranquilo. Sou forte!”, afirmou após desembarcar na Cidade da Polícia, no fim da tarde de terça.
Mais cedo, o cantor já havia divulgado um vídeo no qual dizia que se entregaria à polícia. “A todos vocês que gostam de mim, vou me entregar, tropa. Não sou bandido, valeu?”, declarou.
No procedimento da Barra da Tijuca, o caso é tratado como “prática do crime de homicídio em sua forma tentada”. O titular da delegacia preferiu não comentar a investigação em andamento.
De acordo com o registro, o delegado Moyses e um oficial de cartório receberam a informação de que o adolescente procurado estava na residência de Oruam e foram até o local, utilizando uma viatura descaracterizada.
Quando o adolescente saiu da casa com um grupo, foi abordado na rua. Enquanto era conduzido até a viatura, outro jovem começou a xingar os policiais. Nesse momento, segundo as informações, Oruam teria aparecido na varanda e, acompanhado de pelo menos oito homens, passou a atirar pedras e paralelepípedos contra os agentes. O policial que acompanhava o delegado Moyses foi atingido duas vezes.
Como consequência da ação, segundo os policiais, o adolescente conseguiu fugir de dentro da viatura. Após a fuga, Oruam e os demais indivíduos “desceram e passaram a ofender os policiais com xingamentos, além de ameaçá-los, e continuaram a arremessar pedras contra os mesmos, danificando também a viatura descaracterizada”, conforme consta no registro.
“Diante da ação criminosa, os policiais foram obrigados a solicitar reforço para garantir a preservação de suas vidas e integridade física, sendo que outras viaturas da Polícia Civil e da Polícia Militar chegaram ao local”, acrescentaram os agentes no relato.
Um vídeo (no alto) encaminhado pela DRE à Justiça mostra pedras sendo arremessadas contra a viatura policial. As imagens, extraídas de redes sociais, registram o momento em que os objetos são lançados da varanda da residência, enquanto os agentes recuam com o carro, com duas portas abertas, para escapar.
Oruam está preso em Bangu 3, na zona oeste do Rio, unidade destinada a presos relacionados ao Comando Vermelho. Ele foi classificado como preso de alta periculosidade, o que na prática obriga a Seap (Secretaria de Administração Penitenciária) a fazer relatórios individuais da sua conduta e passar para as inteligências das polícias.