Cotidiano

Padre suspeito de estuprar adolescente era considerado bom pároco

Redação DM

Publicado em 19 de agosto de 2017 às 14:01 | Atualizado há 8 anos

A prisão do padre Iran Rodrigo Souza de Oliveira determinada pela Justiça Estadual, em Anicuns, colocou os fiéis em estado de choque e expectativa. Quem conhece o padre se diz decepcionado, intrigado e em busca de respostas. “Era um bom padre”, disse um fiel nas redes sociais, após repercutir o caso.

Na tarde desta sexta-feira, 18, ele foi ouvido pelo representante do Ministério Público, que iniciou as investigações.

Um dos moradores relatou que o pároco é “um ser humano como outro qualquer” e que “pode pecar”. “Mas ele terá que pagar pelo que fez”, diz ao DM um morador que acompanhou por longo tempo a carreira religiosa de Iran.

Na última quarta-feira, 16, ele foi detido na operação batizada de Sacrilégio. Após requerimento realizado pelo Ministério Público de Goiás, que produziu sua investigação principalmente em Americano do Brasil, o padre foi detido pela Polícia Civil.

Segundo o MP-GO, o padre seduziu uma vítima a partir de uma situação de fragilidade: quando ela tinha 14, uma das vítimas procurou Iran  e se confessou. Ela teria perdido a virgindade e estava arrependida.

O padre, então, realizou uma proposta: ela poderia recuperar a virgindade, mas através de  um “procedimento”.
Segundo a versão do MP-GO, o padre teria orientado a vítima a ir em casa tomar banho e voltar para a casa paroquial.  O padre então orientou que a jovem tirasse toda a roupa e, por fim, tocou na vagina afirmando que estava “santificando” a  genitália.

Diante da denúncia de uma das vítimas, o MP-GO requereu, então, monitoramento das conversas em aplicativo de celular e prisão do padre. De acordo com o MP-GO, existem provas robustas que motivariam uma condenação.

A Igreja Católica em São Luís de Montes Belos de Goiás, responsável pela paróquia de Americano do Brasil, antes comandada pelo padre Iran, disse que o suspeito está oficialmente afastado das atividades religiosas.

O DM não teve acesso a nenhuma versão do padre, que permanece detido de forma provisória, já que não existe nenhuma sentença contra o suspeito. O processo penal servirá para apurar que espécie de agressão sexual foi imposta às vítimas, a quantidade delas, a pena e se – de fato – ocorreram crimes.   

O MP tenta tipificar a conduta do padre nos delitos de violação sexual mediante fraude (artigo 215 do Código Penal) e o tipo penal previsto no artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente.

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