Cotidiano

Países com liderança feminina se destacam no combate à pandemia

Renata Sobreira

Publicado em 4 de agosto de 2020 às 13:58 | Atualizado há 5 anos

Um artigo publicado na revista Forbes pela colunista Avivah Wittenberg-Cox apontou que as mulheres são exemplos de verdadeira liderança. “As mulheres estão se colocando à frente para mostrar ao mundo como gerenciar um caminho confuso para a nossa família humana”, dizia o artigo.

Em
meio à crise global de saúde estas lideranças se destacam pelas medidas que introduzidas.
Alguns países liderados por mulheres estão respondendo melhor à pandemia e
apresentando relativamente números menores de mortes provocadas por Covid-19.

Apesar
de ainda representarem apenas um quarto dos membros dos Parlamentos do mundo, as
trajetórias sociais das mulheres tornam sua conduta como líderes diferentes
segundo analistas. De acordo com a União Interparlamentar, dados de 2018
apontam que somente dez dos 153 chefes de Estado eleitos eram mulheres.

Países como a Islândia, Taiwan e Nova Zelândia são exemplos países com lideranças femininas que até o momento obtiveram sucesso no combate à pandemia. Mas há ainda outros fatores que favorecem estes países no enfrentamento à pandemia como economias desenvolvidas e sistemas de assistência social estabelecidos.

Medidas rápidas e eficazes

Na
Islândia, a primeiro-ministra Katrín Jakobsdóttir, apostou previamente em
testar massivamente a população e adotou medidas como a proibição de reuniões contendo
20 pessoas ou mais, antes que fosse registrado o primeiro caso da doença no
país.

O
país que possui uma população
de 360 mil habitantes, até o dia 20 de abril, registrou apenas nove
mortes provocadas pela infecção do novo coronavírus.

Em
Taiwan, a presidente Tsai Ing-wen criou um centro de controle de epidemias, aumentou
a produção de equipamentos de proteção individual (EPI) e tomou medidas para
rastrear infecções. Até o momento o país que tem 24 milhões de habitantes registrou
somente seis mortes.

Na Nova Zelândia, a primeira-ministra, Jacinda Ardern, adotou uma abordagem contundente, com a pretensão de eliminar a curva da doença no país. Com medidas mais estreitas até o dia 20 de abril, as mortes provocadas pela Covid-19 no país totalizavam apenas doze.

Contraste

Para
os analistasa maneira como essas
líderes praticam política desempenha um papel importante nesses resultados. Em
contrapartida líderes como Jair Bolsonaro e Donald Trump mantem posturas
explosivas e de negação em face à crise provocada pelo coronavírus.

A diretora do Instituto Global para Liderança Feminina no
King’s College London, Rosie
Campbell, afirma que os líderes políticos dos EUA, Brasil, Israel e
Hungria, em algumas ocasiões tentaram colocar a culpa dos problemas em causas
externas.

Para
conter o avanço da doença são necessárias decisões difíceis por parte dos líderes
aponta a professora. “Trump e Bolsonaro estão optando por assumir uma
personalidade ultramacho. Não é codificado em sua biologia que eles tenham que
se comportar assim, mas estão optando por fazê-lo”, afirma Campbell.

Tomada de decisões

Geeta
Rao Gupta, que também é presidente do conselho consultivo do WomenLift Health, defende
que o aumento da liderança feminina no setor de saúde melhoraria a tomada de
decisões. As
mulheres representam 70% dos profissionais de saúde no mundo todo.

Para
ela quando elas estão em posições de liderança as
mulheres trazem diversidade à tomada de decisões. “Decisões
relevantes seriam tomadas considerando mais segmentos da sociedade, não apenas
alguns.”

*Com informações da BBC.


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