Papagaia de volta para casa
Redação DM
Publicado em 22 de outubro de 2016 às 01:41 | Atualizado há 9 anosForam 69 dias difíceis em meio à dor e tristeza. A separação foi inevitável, dolorosa e constrangedora depois de uma denúncia que alegava uma inverdade na Polícia Federal de que Júnia Reis Gonçalvez, 36 anos, comercializava animais silvestres.
Depois de várias tentativas e insistência, uma luz reacendeu o coração da mulher, a partir de uma decisão judicial proferida pelo juiz federal Alderico Rocha dos Santos, que concedeu a Júnia Reis a devolução de sua papagaia com nome de Polly, que estava apreendida no ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama, em Goiás.
A dona da ave alegou que cria o animal para o seu convívio e como fim terapêutico para aliviar da depressão e traumas do problema de saúde emocional. A ave tem laços afetivos com a dona e a apreensão do animal acarreta em complicações à saúde tanto para a proprietária que sofre de esclerose múltipla quanto para o animal domesticado.
Em cumprimento à decisão judicial, a papagaia Polly foi devolvida a Junia Reis ontem (21). Durante entrevista ao Diário da Manhã, a mulher relatou o seu sentimento depois do resgate da ave. “Estou com uma felicidade indescritível. A decisão do juiz foi sensata; ele não apenas optou pela vida da Polly, mas pela minha vida que depende tanto dela”, contou emocionada.
A advogada Carolina Alves Luíz Pereira, que entrou com pedido de restituição da papagaia a sua dona, comentou a decisão. “Fico muito feliz com a decisão. Não é só por mim, mas por saber que uma decisão do Judiciário foi cumprida com êxito”, salientou.
A aposentada, que sofre de esclerose múltipla, zela da papagaia Polly há 10 anos em sua casa na cidade de Caturaí, interior de Goiás. O bicho é o seu maior apego e, por sinal, seu companheiro nas noites de sono, já que o animalzinho divide a cama com ela e o marido.
Entenda o caso
Depois de publicar fotos da papagaia Polly em seu viveiro no Facebook, a mulher foi denunciada à Polícia Federal e, para arruinar o relacionamento da família com o bicho, a Polly foi apreendida e levada ao Cetas. Segundo a denúncia, Júnia Reis estaria vendendo animais silvestres, o que não condiz com a verdade de acordo com a advogada Carolina Alves Luíz Pereira, que entrou com pedido de restituição do animal a sua proprietária.
Diante da situação, Júnia procurou aparato jurídico para resgatar o animal. Ela entrou com pedido de restituição da papagaia Polly, e o juiz federal Alderico Rocha dos Santos, da 5º Vara Federal, acatou pedido em conformidade com lei de que a devolução da ave para a requerente não viola normas ambientais, já que a proprietária depende do convívio da ave para superar seu quadro emocional.