Pinóquios da vida real
Redação DM
Publicado em 13 de julho de 2016 às 02:20 | Atualizado há 9 anosAs pessoas mentem, regularmente, cerca de uma vez a cada dez minutos de conversa
Todo mundo mente. A mentira faz parte do cotidiano humano e nem sempre é de todo ruim. É o que diz o especialista internacional em operações secretas em técnicas de detecção de mentiras, o doutor David Craig, autor do livro Como identificar um mentiroso.
Conforme ele, às vezes é necessário mentir para não ferir os sentimentos alheios e ajudar a interação humana cotidiana. Outras vezes, a mentira pode ser bastante prejudicial às pessoas e aos seus relacionamentos e é nesse sentido que a capacidade de reconhecer quando está sendo enganado é importante.
Contudo, a principal dificuldade de identificar um mentiroso está no fato de que os sinais da mentira muitas vezes se confundem com vestígios de timidez, ansiedade e nervosismo. Logo, muito cuidado para não confundir uma pessoa sincera e nervosa por outros motivos com um mentiroso. Não vale, por exemplo, terminar o namoro ou brigar com o melhor amigo porque ele coçou o nariz no meio de uma história.
Detectar quando alguém não está sendo verdadeiro não é uma habilidade fácil, de acordo com David Craig. Sem treinamento específico, a taxa de identificação de mentira da maioria das pessoas gira em torno de 50%. Porém, existem aqueles que têm um talento natural para perceber que estão sendo enganados. É que o rosto e as expressões faciais, os movimentos da perna, dos braços, a voz e até o cérebro dão uma porção de dicas sobre a honestidade ou a desonestidade.
Os mentirosos gostam de cobrir a boca e alguns tocam o nariz. Eles também usam contramedidas para tentar tapeá-los. Por exemplo, ele pode aumentar o contato visual ou reduzir os movimentos corporais ao mentir.
As mãos nos bolsos são um sinal de que a pessoa está escondendo algo, de que está fechada a dar ou receber informações, segundo David Craing. As palmas das mãos abertas e viradas para a pessoa com quem se fala já indicam um sentimento muito mais tranquilo e confortável em relação ao assunto da conversa.
Outro sintoma da mentira é a coceira. O cérebro recusa a história falada e provoca estímulos que podem levar a mão à boca, ouvidos e cabeça.
Frequência
Quase todo mundo admitiria que mentir é um ato de desonestidade, e é essa conotação negativa que leva a maioria das pessoas, quando perguntadas, a dizer que raramente mentem. Existem muitos estudos independentes sobre a frequência da mentira na sociedade. Alguns deles revelaram que as pessoas mentem apenas duas vezes por dia, isso representa um número de 730 vezes por ano. Enquanto pesquisas mais recentes mostram que uma pessoa mente uma veze a cada dez minutos de conversa.
Para a maioria das pessoas, essas estatísticas são surpreendentes, quase inacreditáveis. Isso é compreensível, considerando-se que uma das maiores ofensas que existe é ser chamado de mentiroso. No entanto, esses estudos revelam uma certeza: a mentira é uma prática universal e cotidiana. Sem perceber, você está mandando dizer que não está em casa para fugir de um telefonema ou de um vizinho chato, fala para o flanelinha que acabou o dinheiro trocado, e quantas vezes chegou atrasado a um compromisso porque dormiu além da conta e culpou o trânsito.
O mês da mentira
O dia da mentira até pode ser primeiro de abril, mas é em janeiro que as pessoas mentem mais, segundo uma pesquisa do estúdio 20th Century Fox . Os motivos normalmente giram em torno do Natal, do réveillon e da lista de resoluções para o novo ano. O dinheiro é um dos principais temas da enganação, com muitos admitindo esconder o quanto gastaram no período festivo e a quantidade de dívidas no cartão de crédito.
Os pessoas também exageram ao contar o quanto se divertiram nas festas. Alguns fingem ter participado de eventos chiques, mas ficaram em casa vendo TV. A quantidade de álcool ingerida também faz parte da lista.
[box title=”12 sinais de mentira”]
1) Movimentar os dedos, as mãos, as pernas e os pés, ou ausência de movimentos;
2) Alterar o padrão da fala;
3) Errar mais a pronúncia das palavras;
4) Limpar a garganta;
5) Engolir em seco ou gaguejar exageradamente;
6) Fazer menos contato visual ou aumentar muito esse contato;
7) Coçar o nariz;
8) Assumir uma postura fechada, inclinando o corpo para trás e cruzando os braços para criar uma barreira;
9) Pôr a mão sobre a boca ou sobre os olhos;
10) Piscar com mais frequência e, em seguida colocar a mão no rosto;
11) Mostrar contradição entre o que é dito e o que é transmitido pelos gestos (fazer que sim com a cabeça, mas dizer não);
12) Fingir cansaço, como, por exemplo, simular bocejo..[/box]