Cotidiano

Polícia abre inquérito para investigar morte de jornalista em Goiás

Júlio Nasser

Publicado em 26 de julho de 2016 às 19:20 | Atualizado há 9 anos

A Polícia Civil divulgou que foi aberto o inquérito para investigar a morte do jornalista João Miranda do Carmo de 54 anos, alvejado em frente a casa onde morava por dois criminosos, em Santo Antônio do Descoberto, no Entorno do Distrito Federal, na noite do último domingo, 24.

A vítima era dona do site de notícias “SAD Sem Censura”, que publicava assuntos locais relacionados à ocorrências policiais, política e denúncias de problemas urbanos. Grande parte do material publicado no portal tinha relação com o tráfico de drogas local.

No dia do crime, testemunhas relataram à polícia que teriam visto duas pessoas chegarem à casa do jornalista em um Fiat Palio de cor vermelha e o chamaram pelo nome e, quando João foi atender o portão, foi baleado. Em seguida a dupla fugiu do local.

A polícia informou que nenhuma linha de investigação sobre o caso será descartada, a primeira hipótese é de que a vítima tenha sido morta devido a seu trabalho como jornalista. Testemunhas já começaram a ser ouvidas desde a manhã desta terça-feira, 26.

Ainda de acordo com a corporação, João Miranda já vinha recebendo algumas ameaças e em janeiro deste ano, teve o seu carro incendiado.

Amigos e familiares prestaram homenagens ao comunicador ao logo de segunda-feira, 25, nas redes sociais. Segundo eles, o jornalista pretendia se candidatar a vereador nas próximas eleições.

EM NOME DO RISCO

Segundo dados divulgados pela Agência Estado, este foi o terceiro assassinato de jornalistas ocorrido somente este ano no Brasil. Em março, o radialista João Valdecir Barbosa foi morto a tiros enquanto trabalhava nos estúdios da Rádio Difusora AM, em São Jorge do Oeste, Paraná. Em Abril, o blogueiro Manoel Messias Pereira, também foi morto a tiros em Grajaú, no Maranhão.

No ano passado o país ficou em quinto lugar no ranking de região mais perigosa para o exercício da atividade jornalística, com oito assassinatos, segundo informações da organização internacional Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CJP, na sigla em inglês).

De acordo com os dados, o Brasil ficou à frente de países em guerra como o Iraque e Sudão do Sul. A maior parte das vítimas apuravam casos de corrupção envolvendo políticos.

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