Polícia Civil espera concluir inquérito sobre atentado de Catalão em 20 dias
Diário da Manhã
Publicado em 3 de março de 2018 às 00:41 | Atualizado há 4 meses
- Delegado elogia procedimentos da prefeitura em busca de elucidação do caso
A Polícia Civil de Goiás ainda não finalizou o inquérito policial referente a uma suposta explosão ocorrida na casa de um radialista de Catalão, em dezembro de 2017.
Na época, o radialista Ricardo Nogueira teria sido vítima de um atentado. O comunicador chegou a mostrar imagens em que aparece machucado.
A fase atual é de investigação e não existe nenhuma sentença transitada em julgado nem a confirmação de que exista, de fato, crime ou fato atípico. Todavia, a Polícia Civil suspeita de três funcionários da Prefeitura de Catalão. Dois estão presos cautelarmente.
Ao Diário da Manhã, servidores do Poder Executivo disseram que trata-se de “tentativa de criação de ‘factoide’, já que o período eleitoral se aproxima. “Um ano antes e começam a criar estes atritos. Lembram do atentado contra o prefeito de Senador Canedo, Demóstenes? E tantos outros?”, diz um dos servidores.
O atentado e comentários de que os servidores de Catalão teriam armado o suposto delito contra o jornalista deixaram o prefeito de Catalão irritado. Adib Elias, em um vídeo divulgado sem sua permissão, diz para servidores que a polícia deve atuar para prender criminosos e não agir politicamente. “Esse delegado (Jean) é funcionário do patrão e não da população”, diz Adib, em referência ao fato do delegado agir supostamente para atender grupos políticos do governo do Estado, com quem ele tem atrito político.
Devido aos questionamentos, o delegado que tem presidido o inquérito passou a ser Vitor Magalhães, a quem Adib não se refere.
PRORROGAÇÃO DE PRISÃO
Em entrevista ao DM, Vitor diz que até agora, ao que foi apurado, não existe nenhuma conotação política no episódio, o que nega a versão dos servidores. Ele pretende finalizar o inquérito em 20 dias e não sabe se pedirá a prorrogação da prisão dos três servidores públicos.
Vitor elogia a Prefeitura de Catalão e afirma que em todos momentos que precisou da colaboração do Executivo municipal foi plenamente atendido. “Por enquanto, não temos indiciamento, mas três suspeitos”.
Sindicatos apoiam investigação
Renato Dias
– A Segurança Pública é um direito, dever e responsabilidade de todos.
É o que registra, em nota oficial, o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de Goiás [Sindepol] e a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Goiás [Adpego]. O documento faz referência ao prefeito de Catalão, Adib Elias [MDB]. O chefe do executivo do município teria acusado o delegado titular da 9ª Delegacia de Regional de Polícia. Ele prendeu dois servidores da prefeitura municipal. Suspeitos de autoria de crime contra o radialista Ricardo Nogueira.
Não custa lembrar: o jornal Diário da Manhã informou aos seus leitores que a Polícia Civil do Estado de Goiás [PC-GO] prendeu, em Catalão, dois suspeitos de participação no atentado, ocorrido no município de Três Ranchos, Goiás, contra o radialista Ricardo Nogueira. Dois nomes foram divulgados. O primeiro, Sérgio Fornalha. O segundo, Argélia Teixeira de Jesus. Acusado, o suspeito Thiago Koga teve mandado de prisão decretado e estaria, hoje, foragido.
Registro: a Polícia Civil do Estado de Goiás apurou que um veículo da marca Celta, de cor prata, com apenas duas portas, supostamente identificado pelas imagens de segurança no dia em que ocorreu o crime, no município, teria sido já apreendido na casa de Sérgio Fornalha. A Operação que terminou com a prisão dos suspeitos é denominada ‘Ignis Malus’.
CRONOLOGIA
O suposto crime ocorreu na casa do radialista. Em tempo: o município de Três Ranchos é próximo de Catalão. As informações oficiais foram divulgadas pela 9ª Delegacia Regional de Polícia Civil. O inquérito deverá ser enviado ao MP [GO] e ao Poder Judiciário. O profissional da área de comunicação Ricardo Nogueira é crítico da atual gestão, do prefeito de Catalão, Adib Elias [MDB]. A nota oficial do Sindepol e da Adpego é do último dia 1º de março de 2018.