Polícia Civil indicia quatro proprietários de prédios abandonados
Diário da Manhã
Publicado em 11 de julho de 2018 às 01:34 | Atualizado há 4 meses
A Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente (Dema), dentro da operação Goiânia Limpa, iniciada em abril deste ano, indiciou, nesta terça-feira, quatro proprietários de prédios abandonados na capital. Segundo o delegado Luziano de Carvalho, responsável pelo inquérito, os proprietários dos imóveis, além de crime ambiental podem responder também por risco de vida já que alguns prédios, após perícia, foi constatado grande risco de acidente.
“Fizemos a perícia e constatamos que um dos prédios é uma verdadeira bomba relógio, com muito papel no subsolo e fios desencapados. Outro, parte da obra pode ceder. É um grande risco para a população. Muitos prédios estão abandonados há mais de 20 anos, sem nenhuma manutenção. Tem que ter uma solução para este problema. Não se trata de prender ninguém, mas dar uma solução para uma situação que vem se arrastando há muitos anos”, afirma o delegado.
Além dos quatro proprietários de prédios abandonados indiciados, três na região central e um na Nova Suíça, a Delegacia continuará monitorando outros prédios que se encontram na mesma situação de abandono, além do comércio e também loteamentos potencialmente poluidores.
. “Estamos fiscalizando e identificando empreendimentos potencialmente poluidores como lavanderias clandestinas, oficinas mecânicas, postos de combustíveis. Muitos destes empreendimentos jogam resíduos poluidores nos mananciais de água sem nenhum tratamento. Além destes empreendimentos e dos prédios abandonados, vamos investigar também loteamentos próximos a áreas de preservação permanente”, destaca o delegado Luziano de Carvalho, responsável pela operação.
O delegado afirma que na Região Noroeste, na saída para Guapó e Trindade, estão sendo edificados alguns loteamentos que podem comprometer áreas de preservação permanente nos afluentes do Córrego Anicuns. “É preciso investigar tudo para termos uma Goiânia melhor do ponto de vista ambiental. Não interessa se a obra é pública ou privada”, pontua Luziano.
Sobre prédios abandonados o delegado diz que é preciso dar um destino social a estes já que muitos são utilizados também para mocós e crimes. “Goiânia está doente, são mais de 400 imóveis abandonados com até 30 anos de abandono”. Desde o início da operação em abril deste ano, a Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente já autuou 36 empreendimentos com algum tipo de crime ambiental. A Amma–Agência Municipal de Meio Ambiente de Goiânia, e o Crea–GO–Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, também foram acionados pela Delegacia para fiscalizar a real situação destes empreendimentos.
“O que não pode é continuar do jeito que está. Estamos fazendo a nossa parte. Investigando, autuando e indiciando os responsáveis pelo crime ambiental. Agora é preciso que o poder judiciário aja com rapidez para evitarmos catástrofes ambientais e urbanas futuras”, conclui o delegado Luziano de Carvalho.