Portal diz que Marcelo Caron atua em atividade odontológica

Mesmo detido no presídio Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, o ex-médico Marcelo Caron não tem paz para cumprir suas penas. O site G1 daquele estado teve acesso a um vídeo filmado dentro do presídio, o que pode ser considerado ilegal pela legislação brasileira. A Lei de Execuções Penais (LEP) diz que é direito do preso a proteção contra “o sensacionalismo”.

O vídeo divulgado no site indica que Marcelo Caron exercia uma espécie de atividade curativa em um detento. O portal de notícias que divulgou as cenas não informou a procedência das imagens.

No vídeo o médico goiano aparece tratando da boca de um criminoso dentro do presídio. Considerado culpado pela morte de cinco mulheres após procedimentos cirúrgicos realizados entre 2002 e 2003, em Goiás e Distrito Federal, Caron é agora tratado como suspeito de exercer ilegalmente a atividade odontológica.

O subtítulo  da reportagem diz que Marcelo Caron foi filmado “atuando como dentista dentro de Alcaçuz”. Apesar dele negar, o subtítulo assume que o ex-médico é dentista – mesmo sem qualquer sindicância ou investigação finalizada.

Marcelo Caron nega que tenha exercido qualquer ação exclusiva e de competência de odontólogos. “O que a gente tá fazendo ali é um curativo na boca. É uma ação humanitária”, disse o médico para o G1.

O site publicou ainda nota do Conselho Regional de Odontologia que afirmou que o exercício ilegal da odondologia é crime.

Ao lado do caso do médico Roger Abdelmassih, o ex-cirurgião goiano é considerado uma das maiores aberrações da medicina brasileira. Os erros que levaram ao falecimento de suas pacientes tornaram mais rígidas as ações dos conselhos de medicina e da própria polícia e poder Judiciário no combate ao exercício ilegal da medicina.

A qualidade de preso e condenado, todavia, não o retira os direitos humanos elementares.