Cotidiano

Prefeitura realiza palestra para difundir Programa Família Acolhedora

DM Redação

Publicado em 12 de agosto de 2025 às 07:38 | Atualizado há 3 horas

Fotos: Gustavo de Castro - Durante palestra, 34 famílias demonstraram interesse em participar do programa
Fotos: Gustavo de Castro - Durante palestra, 34 famílias demonstraram interesse em participar do programa

A Prefeitura de Goiânia realizou, nesta segunda-feira, 11, uma palestra pública para informar a sociedade goianiense sobre o Programa Família Acolhedora, que visa oferecer acolhimento provisório e protegido a crianças e adolescentes afastados de suas famílias. A palestra, oferecida pela Secretaria Municipal de Política para Mulheres, Assistência Social e Direitos Humanos (Semasdh), foi realizada no Auditório Carlos Eurico, na Câmara Municipal de Goiânia, e contou com a presença de várias autoridades. Na ocasião, 34 famílias demonstraram interesse em participar do programa e fazer a diferença na vida de quem busca afeto no seio familiar.

A palestra ajudou na apresentação e no esclarecimento de dúvidas sobre a participação no programa. As famílias cadastradas passarão por um curso de capacitação que inicia na próxima semana e terá duração de um mês. O acolhimento provisório é uma alternativa ao amparo institucional (em abrigos), com base no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e prioriza vínculos afetivos, rotinas mais individualizadas e a convivência em ambiente doméstico.

A vice-prefeita Coronel Cláudia destacou a importância do programa, que foi regulamentado pela Lei Municipal nº 2.577, de 9 de julho de 2014, e garante o direito à convivência familiar e comunitária, por meio da guarda temporária em lares selecionados e capacitados. “É uma alegria imensa começar essa nova etapa com tantas famílias inscritas. Participar deste programa é exatamente trabalhar no resgate do que determina a Constituição e proporcionar a cada criança, a cada adolescente, a oportunidade de criar esse vínculo ainda que seja temporário. É uma verdadeira relação de ganha-ganha. Nosso objetivo é criar uma Goiânia mais humana”, ressaltou.

Para a titular da Semasdh, Erizânia Freitas, o acolhimento em ambiente familiar é mais benéfico para o desenvolvimento das crianças do que o atendimento coletivo em abrigos. Por isso, ela ressalta a importância da parceria com o governo estadual para o retorno desse programa à capital goiana. “As famílias serão orientadas, formadas, acompanhadas por toda a rede de proteção à criança e adolescente, e o governo estadual vai pagar as bolsas. Isso porque, cada criança que é acolhida numa família tem direito a uma bolsa de, em média, um salário mínimo. É com muita expectativa que a gente avança no acolhimento familiar na nossa gestão”, afirmou.

A subsecretária de Execução de Política Social da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Seds), Silvana Fiuni, destacou sobre a importância da regionalização do projeto e como isso ajuda na ampliação da rede de atendimento. “Esse trabalho, de forma regionalizada, faz com que um município apoie o outro e que uma família possa receber crianças de outro município. Não importa se é do município maior ou menor, o que importa é que a criança tenha uma família para conviver. Essa parceria Estado e município está cada vez mais fortalecida, especialmente aqui em Goiânia, que é referência para todos os outros municípios e vejo que isso está realmente acontecendo”, apontou.

Afeto
O casal Danilo Lopes e Marina Maestro conta que os dois fazem parte do programa há 15 anos. Durante esse tempo, 18 crianças já foram acolhidas por eles. Danilo afirma que participar da ação ajuda na transição mais segura dessa criança durante seu desenvolvimento. Além disso, destaca que os três filhos do casal já cresceram aprendendo sobre a importância do acolhimento.

“A gente percebe que o acolhimento familiar gera um impacto muito mais positivo do que as crianças que são submetidas a abrigos, porque elas mantêm a convivência, principalmente familiar, no âmbito de um lar. A gente entende que essa criança se sente amada, acolhida, segura, e vamos prestando apoio aos entes, aos participantes, para poder fazer essa transição mais segura para a criança”, destaca.

Marina complementa que, quando começou, o projeto ainda estava ganhando forma, mas que decidiu acreditar na iniciativa, pois sentiu que poderia transformar vidas por meio dela. “As histórias são únicas e a gente cria esse apego a eles também. A gente ficou muito feliz de estar em Goiânia neste momento e auxiliar nessa abertura do programa. Espero que a cidade se torne essa referência. A única coisa que o interessado precisa é estar disposto, porque o resto vem tudo naturalmente”, explica.

O defensor público João Pedro Carvalho destacou a importância da união dos poderes em prol de políticas públicas para proporcionar segurança afetiva a crianças e adolescentes. “A gente sabe que as instituições tentam fazer o melhor trabalho possível, mas a gente entende, e isso é provado com estudos, que o desenvolvimento de uma criança que está dentro de uma família é diferente. As famílias não precisam ter medo de criar esse vínculo porque ele é positivo para a criança. Por isso, é de extrema importância a participação da comunidade nesse projeto”, explica.


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