Rei da droga estava no Entorno
Redacão
Publicado em 14 de agosto de 2017 às 23:59 | Atualizado há 4 mesesNilson Roger da Silva Freitas – o Roger do Jacarezinho, também chamado de ‘Fantasma’ do Comando Vermelho – começa a reforçar o que era até então um mito: a ideia de que o crime organizado brasileiro tem hoje uma base de comando no Entorno do Distrito Federal. Até então, pesquisadores de violência e agentes de segurança pública acreditavam que as cidades do Entorno funcionavam como pólos de consumo e de distribuição de drogas.
Mas a prisão de Roger do Jacarezinho no domingo, em Luziânia, uma da maiores cidades do Entorno do Distrito Federal, acendeu o sinal de alerta. No início da década passada, o presidiário Marcos Herbas Camacho, o Marcola, líder do PCC, foi preso na Papuda, no Distrito Federal. E surgiu a especulação de que o comando do tráfico de drogas do país estaria montado nos municípios goianos.
A ação realizada pela Polícia Civil no domingo, 13, em que Roger foi preso, é a primeira evidência concreta de que o coração do país comanda ou ajuda a comandar remotamente o tráfico nacional. Roger era considerado o maior traficante do país em situação de liberdade.
A ação realizada pela Polícia Civil no domingo, 13, em que Roger foi preso, é a primeira evidência concreta de que o coração do país comanda ou ajuda a comandar remotamente o tráfico nacional. Roger era considerado o maior traficante do país em situação de liberdade. Conforme a Polícia Civil, ele comandava o tráfico no Rio dentro de uma mansão na cidade goiana e ordenava o assassinato de policiais militares no Rio, um dos trágicos eventos que tem piorado a realidade carioca.
Roger estava foragido desde 2010. A Polícia Militar do Rio de Janeiro procurou agulha no palheiro e dava como certa a informação de que o traficante não estava mais nas favelas cariocas. Mas desconfiava de onde e mesmo em que país – já que uma das teorias era de que Roger teria fugido para o Paraguai.
O líder do tráfico em Jacarezinho vivia em uma luxuosa mansão em Luziânia. Em entrevista ao DM, um dos vizinhos do suspeito afirma que ele não tinha perfil de criminoso e que estava na região desde 2012. “Muito reservado, educado, quieto. Perguntava muito sobre a cidade. E frequentava uma igreja evangélica”, diz.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro já divulgava uma lista com o nome do traficante e pagava recompensa pelas informações sobre o paradeiro de Roger.
O traficante caiu diante de um forte esquema de prisão: a operação policial utilizou 40 agentes e oito viaturas. Além da polícia do Rio, agentes civis do DF auxiliaram na busca. A Divisão de Operações Aéreas (DOA) monitorou o criminoso nos dias que antecederam a prisão.
Roger está hoje em Bangu, no Rio, e a previsão é de que possa pegar entre 20 e 30 anos de detenção. A reportagem do DM não teve acesso aos advogados constituídos para defender o suspeito.