Cotidiano

Senador Wilder usa tribuna contra livro que louva o diabo

Redação

Publicado em 16 de março de 2017 às 02:11 | Atualizado há 4 meses

O senador Wilder Morais usou, na noite de terça-feira, 14, a tribuna do Senado para repudiar um absurdo que vem sendo financiado com dinheiro público. Governos estão adotando nas escolas o livro infanto-juvenil A máquina de brincar. A obra, de 2005, já gerou muita polêmica no Brasil inteiro por conter poemas que elogiam o diabo e falam mal de Deus. “O problema acontece na parte mais importante de uma nação civilizada, a educação. E na parte mais sensível da educação, a infantil. E numa área capital para a educação infantil, a leitura. Não uma leitura qualquer, mas a leitura de livro. Não um livro qualquer, o livro literário”, disse Wilder na tribuna. Ele ressaltou que, na semana passada, o deputado Lincoln Tejota trouxe à tona a questão do livro, na Assembleia goiana.

Outro grande problema, segundo o senador Wilder, é que por ser um produto duradouro, o livro é um bem de família que transita entre as gerações. “E, infelizmente, um livro igual a esse vai continuar nas bibliotecas e estantes das escolas infantis. À disposição das crianças com a personalidade ainda em formação. Com a mente exposta, sem defesa”, alertou Wilder.

O senador disse que respeita a liberdade de expressão e que o autor do livro, Paulo Bentancur, tem o direito de publicar e vender sua obra. “Os governos é que estão errados em privilegiar esse tipo de produto. As escolas, públicas e privadas, precisam de muita coisa. Tem tanto item para o empresário e o governo investirem. Não é possível que a pauta nas escolas continue sendo os elogios ao diabo e as críticas a Deus”, defendeu o senador.

Ele criticou duramente o uso de dinheiro público por parte dos governos federal, estaduais e municipais para financiar esse tipo de ação. “Nosso País é laico, mas nosso povo não é trouxa. Não se pode torrar dinheiro público com uma obra que zomba de Deus. O poder público não pode gastar verba oficial com algo que induz a criança a elogiar o diabo”.

Sobre o livro, o senador explicou que o diabo é apresentado às crianças como personagem cortês e Deus como alguém questionável. Ele citou um dos poemas contidos na obra: “O diabo que me carregue”.

“Ora, a ninguém se deve desejar que seja carregado pelo diabo. E o livro faz o estudante repetir que deseja ser levado por satanás. Todas as estrofes desse poema começam com dois versos tão fortes quanto o título. Os versos são: ‘Ó diabo, meu grande amigo’ e ‘Vem, vem brincar comigo’. A criança elogia o demônio e o chama para se divertir com ela”, disse Wilder.

Wilder criticou também o quanto o livro pode atrapalhar na formação das crianças, principalmente no atual momento, em que, pela correria da vida moderna, elas são tão solitárias. “Às vezes, o único amigo da criança é o celular, o computador ou a TV. A criança sonha com um amigo para brincar. E quem o livro recomenda que seja esse amigo? O diabo”.

Além disso, o poema insinua que se alguém repreender a criança por recitar o poema, é porque esse alguém é um maldito, e esse alguém está com inveja por não ser amigo do diabo.

“É o fim do mundo. Quer dizer, esse é o fim do mundo por escrito”, lamentou Wilder.

Além dos textos, o livro é ilustrado com desenhos, como o mostrado pelo senador a seus pares, no Senado. “Em vermelho, aparece o diabo alegrinho, para conquistar a simpatia da criançada”, criticou.

O mais grave, segundo o senador, está noutro poema, que contém versos ensinando a criança a duvidar de Deus. “E fazendo troça com quem tem fé. Aplicando o golpe de que Deus não existe. O autor critica quem conversa com o ‘invisível’”.

O senador Wilder observou que “é uma cena linda uma criança dirigir a Deus sua oração”. “A conversa de qualquer pessoa com Deus renasce a esperança. Em qualquer religião. Em qualquer idioma. Em qualquer lugar do mundo. Em qualquer tom. Com qualquer vocabulário. Com palavras simples ou rebuscadas. Falar com Deus é um momento sublime. E o livro critica a criança que ora. Meu Jesus!”, disse Wilder.

A obra criticada pelo senador Wilder contém ainda poema com história do diabo vencendo Deus. “É mais que uma heresia, é mais que um culto ao satanismo. É a negação do que temos de mais belo, a nossa vontade de vencer, de crescer. Esse poema que critica Deus é concluído com uma pergunta: ‘Não é que o capeta venceu?’. Eu respondo: O livro está errado”.

“O capeta não venceu. Não sou líder religioso. Não sou pregador. Mas sou cristão. Acredito em Deus. E credito a Deus tudo o que conquisto. A tudo dou graças a Deus. Mas não precisa ser cristão ou ter fé para repelir essa maldição nas escolas. Repito: por mais que isso pareça uma bobagem, é o que está no livro distribuído nas escolas. E repito também que é uma mentira. Quem está ao lado de Deus só tem a ganhar. Isso é o que nossas crianças têm de aprender em casa, na escola e na vida”, finalizou o senador Wilder.

 

Íntegra do pronunciamento do senador Wilder Morais

 

Senhor Presidente,

Senhoras Senadoras,

Senhores Senadores.

O Brasil está saindo da crise. Está voltando a ser confiável para investir. O mercado internacional reinsere o País como ambiente seguro para negócio. Enfim, a Nação retoma o seu rumo, o rumo do desenvolvimento. Mas tem um tipo de praga difícil de se tirar do caminho. É a praga ideológica. Foi o que se implantou há pouco mais de uma década. É a briga inútil da esquerda contra a direita. Não resulta em nada. E quando dá algum resultado é contra a Humanidade.

Um efeito absurdo ocorreu na parte mais importante de uma nação civilizada, a Educação. E na parte mais sensível da Educação, a infantil. E numa área capital para a Educação infantil, a leitura. Não uma leitura qualquer, mas a leitura de livro. Não um livro qualquer, o livro literário. Na semana passada, o deputado estadual goiano Lincoln Tejota trouxe à tona o livro infanto-juvenil “A máquina de brincar”. É uma obra de 2005, que continua sendo vendido e já gerou muita polêmica no Brasil inteiro. Por dois motivos: os poemas elogiam o diabo e falam mal de Deus. Esse absurdo vem sendo denunciado há 12 anos e não se toma providência.

Em vez de apreciar os clássicos da literatura, em vez de preencher o currículo escolar com algo relevante, a criança é apresentada ao diabo como se ele fosse um personagem cortês e Deus alguém questionável. Um dos poemas se chama “O diabo que me carregue”. Ora, a ninguém se deve desejar que seja carregado pelo diabo. E o livro faz o estudante repetir que deseja ser levada por satanás. Todas as estrofes desse poema começam com dois versos tão fortes quanto o título. Os versos são:

“Ó diabo, meu grande amigo,

Vem, vem brincar comigo”.

A criança elogia o demônio e o chama para se divertir com ela.

Senhor presidente, a infância atual é muito solitária. Às vezes, o único amigo da criança é o celular, o computador ou a TV. A criança sonha com um amigo para brincar. E quem o livro recomenda que seja esse amigo? O diabo. O poema termina com uma verdadeira lavagem cerebral. Está assim na última estrofe: “Sossega! Vão falar mal aqueles que não estão contigo. Que não foram convidados pelo diabo, meu grande amigo”.

Ou seja, se alguém repreender a criança por recitar o poema é porque esse alguém é um maldito. Esse alguém está com inveja por não ser amigo do diabo. É o fim do mundo.

Quer dizer, esse é o fim do mundo por escrito.

Porque tem também desenhado. Em vermelho, aparece o diabo alegrinho, para conquistar a simpatia da criançada. E o fim do mundo continua noutro poema. Chama-se “O que Deus nos deu”. São versos ensinando a duvidar de Deus. Fazendo troça com quem tem fé. Aplicando o golpe de que Deus não existe. O autor critica quem conversa com o “invisível”.

É uma cena linda uma criança dirigir a Deus sua oração. A conversa de qualquer pessoa com Deus renasce a esperança. Em qualquer religião. Em qualquer idioma. Em qualquer lugar do mundo. Em qualquer tom. Com qualquer vocabulário. Com palavras simples ou rebuscadas. Falar com Deus é um momento sublime. E o livro critica a criança que ora. Meu Jesus!

Nosso País é laico, mas nosso povo não é trouxa. Não se pode torrar dinheiro público com uma obra que zomba de Deus. O poder público não pode gastar verba oficial com algo que induz a criança a elogiar o diabo, criticar Deus, zombar da fé e acreditar que o diabo venceu. Sim, é o que diz textualmente o livro.

Esse poema que critica Deus é concluído com uma pergunta: “Não é que o capeta venceu?” Eu respondo: O livro está errado. O capeta não venceu. Não sou líder religioso. Não sou pregador. Mas sou cristão. Acredito em Deus. E credito a Deus tudo o que conquisto. A tudo dou graças a Deus.

Mas não precisa ser cristão ou ter fé para repelir essa maldição nas escolas. Dizer que o diabo venceu Deus é mais que uma heresia, é mais que um culto ao satanismo. É a negação do que temos de mais belo, a nossa vontade de vencer, de crescer.

Não se quer aqui pregar a censura. Não se trata disso. O que o deputado Lincoln Tejota pediu em Goiás é o que solicito aqui ao presidente Michel Temer, aos governadores e aos prefeitos: Não gastem dinheiro público com apologia a satanás.

O mundo mudou muito.

Alguém quer cantar o Hino Nacional na escola?

“Ih, é um idiota que deseja a volta do regime militar.” Foi flagrado numa oração ou lendo a Bíblia antes de a aula começar? “É mais idiota ainda.” Por essa visão distorcida, correto estava quem distribuía os kits de malfeitorias para as crianças. Um item desse kit é algum livro louvando o que não presta.

Felizmente, o livro é um material duradouro. É um bem de família que transita entre as gerações. Infelizmente, um livro igual a esse vai continuar nas bibliotecas e estantes das escolas infantis. À disposição das crianças com a personalidade ainda em formação. Com a mente exposta, sem defesa. O autor do livro sabe disso. Mas ele tem o direito de publicar, de vender. Os governos é que estão errados em privilegiar esse tipo de produto.

As escolas, públicas e privadas, precisam de muita coisa. Tem tanto item para o empresário e o governo investirem. Não é possível que a pauta nas escolas continue sendo os elogios ao diabo e as críticas a Deus.

Parabéns ao deputado Lincoln Tejota por criticar esse absurdo. O livro diz que o capeta venceu a disputa com Deus. Repito: por mais que isso pareça uma bobagem, é o que está no livro distribuído nas escolas. E repito também que é uma mentira. Quem está ao lado de Deus só tem a ganhar. Isso é o que nossas crianças têm de aprender em casa, na escola e na vida.


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