Todos pedem hora extra de R$ 40
Diário da Manhã
Publicado em 23 de março de 2017 às 02:35 | Atualizado há 4 meses
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Divino Alves, recebeu um ofício encaminhado pelos presidentes das associações dos integrantes da corporação requerendo um aumento no valor pago a título de “serviço extra remunerado”, como é chamada a hora extra dos policiais. A rigor os policiais que se habilitam a trabalhar em escala maior e receber um aumento no seu soldo têm diminuído a cada mês em virtude da defasagem que os valores sofreram nos últimos anos.
O ofício foi assinado e entregue pelos presidentes da Associação dos Cabos e Soldados, Gilberto Cândido de Lima; presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos, Luís Cláudio Coelho de Jesus e pelo tenente-coronel Alessandri da Rocha Almeida, presidente da Associação dos Oficiais. Todos endossaram o pleito de recomposição dos valores que o Estado paga para os policiais dobrarem seu serviço em turnos maiores.
“Sabemos que pelo menos nos últimos três meses aproximadamente 35% dos valores que seriam destinados a pagar por esse serviço extra prestado pelos policiais militares foi devolvido para os cofres da Secretaria da Fazenda porque não foram empregados”, explicou o tenente-coronel Alessandri. Isso se deveu principalmente ao desinteresse que os policiais tiveram pelo serviço extra em função dos valores baixos.
Esses serviços extras ocorrem principalmente no turno da noite e nos finais de semana, quando a necessidade de policiais nas ruas é maior para garantir a segurança da sociedade. Luís Cláudio, líder dos subtenentes e sargentos lembra que o valor da hora extra pago atualmente perdeu substancialmente o poder de compras e a inflação crescente nos últimos meses tem defasado esses valores ainda mais. “Somente uma atenção especial do comando de nossa instituição poderá corrigir essa distorção. O que pedimos é simplesmente para corrigir o valor da hora extra para R$ 40,00 que é um valor ainda baixo, mas que significa uma correção importante”, observa Luís Cláudio.
A cada mês a corporação fica com seu efetivo reduzido, em função de aposentadorias e licenças, o que obriga os remanescentes a se revezarem ainda mais no serviço de patrulhamento e combate ao crime. Se os valores desse serviço extra não for recomposto cada vez mais os policiais se verão desestimulados a trabalhar mais por receber menos. “Esperamos que o comando tenha a sensibilidade e o governo seja atencioso com nosso pleito, porque é de absoluta justiça”, finalizou o tenente-coronel Alessandri.