Cotidiano

Tragédia anunciada

Redação DM

Publicado em 5 de fevereiro de 2018 às 23:34 | Atualizado há 6 meses

Pais de alunos da Escola Municipal Georgeta Riva­lino Duarte, localizada na Avenida General Cunha Matos, Vila Mauá, em Goiânia, procura­ram a reportagem do Diário da Manhã para denunciar suposta negligência do município ao risco de desabamento de sala de aula, após anos de infiltração.

Em depoimento dado ao DM, os pais contaram que a escola possui um quadro de 200 crianças atendi­das em tempo integral. Na sala ao lado, em que há infiltração e imi­nente risco de desabamento, são 30 crianças estudando. “A infiltra­ção ocorre há mais de ano, mas des­de outubro se agravou ocorrendo a interdição do local”, observa um pai.

“O poder público está sendo negligente em sua obrigação, sa­ber da situação e nada fazer é uma omissão de sua obrigação, penso eu que caso venha ocorrer algo com uma criança em função de um desabamento deveria o res­ponsável responder dolosamente, pois sabia do risco e, ao nada fazer, assume o risco do desastre”, desa­bafa Ederson Alfonso, que tem um filho e sobrinho alunos da escola.

Para Ederson falar em infiltra­ção é amenizar o problema, uma vez que a laje já afastou da parede e ainda está cedendo na parte central da sala. “Ao lado dividindo parede está funcionando uma sala de aula, onde crianças estudam em tempo integral. O risco de desabamento é notório, não precisa ser engenheiro para confirmar, basta ter olhos. Em caso de desabamento existe a pos­sibilidade de cair a parede da sala de aula ao lado, expondo a risco a integridade física e até mesmo a vida das crianças”, descreve.

Preocupados com o que consi­deram “uma tragédia anunciada”, os pais cobram e esperam uma atitude efetiva da Secretaria Municipal de Educação. Ao procurarem a direção da escola, os pais teriam sido infor­mados, pela diretora, que medidas emergenciais já foram solicitadas à SME, tendo inclusive engenheiros feito visitas ao local e condenado a construção que está interditada.

“Nos foi repassado que o depar­tamento de Rede Física já agendou por duas vezes para fazer a demo­lição, posto já haver laudo de con­denação da sala, porém não com­pareceu para resolver o problema. Pedimos às autoridades compe­tentes que olhem para as crianças que precisam da escola, ponham a mão na consciência, local de crian­ça é na escola, mas com segurança e o mínimo de conforto”.

Ana Paula, mãe de um aluno, lamenta a falta de responsabilida­de por parte do município, que, na opinião dela, abandonou o com­promisso com o ensino ao ponto de colocar em risco a vida de mais de 200 alunos, os quais estão su­jeitos a uma tragédia anunciada. “Eles, na tentativa de minimizar o problema, tiraram o telhado para não colocar em maiores riscos a vida do nossos filhos”, lamenta

“Não obstante a isso, não co­bramos somente a demolição, mas também a reconstrução da sala, pois é ali que nossos filhos teriam aulas de informática. Com o espaço informatizado interditado o mate­rial foi acumulado na biblioteca, im­pedindo assim o uso. Estando assim nossos filhos duplamente prejudi­cados no ensino”, conclui Ederson.

Em nota de esclarecimento, a Se­cretaria Municipal de Educação e Esporte (SME) informa: “a Secreta­ria Municipal de Educação e Espor­te (SME) informa que o projeto de reforma do teto da sala de informáti­ca na Escola Municipal Georgeta Ri­valino Duarte já está pronto e os re­paros ocorrerão nos próximos dias. A SME ressalta que, após vistoria pelo engenheiro da Secretaria de In­fraestrutura e Obras Públicas (Sein­fra), o local foi interditado para uso até a conclusão da reforma”.

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