Cotidiano

Um deputado contra a masturbação

Diário da Manhã

Publicado em 5 de janeiro de 2017 às 01:12 | Atualizado há 8 anos

Com iniciativas que variam desde a criminalização do ensino de “ideologia de gênero”, a luta contra o registro do nome social de transsexuais e da implementação da “Semana do Evangélico”, o Deputado Federal Marcelo Aguiar (DEM-SP) é um exemplo de parlamentar conservador. Sua nova luta, representando seus eleitores, é contra a masturbação.

O Projeto de Lei (PL) 6.449/2016 obriga as operadoras de internet criarem um sistema que “filtre e interrompe automaticamente [na internet] todos os conteúdos de sexo virtual, prostituição e sites pornográficos”. De acordo com ele, o conteúdo pornográfico está criando “viciados em masturbação”.

Preocupado, Marcelo comenta que os jovens são mais suscetíveis a desenvolver esse tipo de vício.  “Todos  os  dias  se  ouve  falar  da  segurança  na  internet  e, em particular, nos perigos a que crianças e adolescentes estão expostos enquanto navegam. Contudo, pais, educadores e a sociedade em geral não estão conscientes o bastante dos perigos envolvidos”.

Estudado e mais consciente do que a sociedade em geral sobre os problemas da masturbação na vida de um jovem, o deputado paulista explica com maestria que os viciados já estão sendo nomeados de “autossexuais”. Uma definição que, em suas palavras, significa “pessoas para quem o prazer com sexo solitário é maior do que o proporcionado pelo método, digamos, tradicional”.

O Projeto de Lei também alega que a internet precisa ser regulada de forma mais rígida, porque fornece outros perigos além dos conteúdos sexuais, como a possibilidade de se filiar a seitas e consumir conteúdo que faz apologia ao álcool e o tabagismo: uma ameaça à educação das crianças brasileiras.

“Quando falamos em perigo na internet, expressões como pornografia infanto-juvenil e violência sexual são as primeiras que nos ocorrem. Efetivamente, o acesso a conteúdos nocivos como pornografia, racismo, violência, referência sobre drogas, gangues, seitas ou outras informações perigosas e incorretas é um dos maiores riscos que as crianças podem estar sujeitas”.

Discussão

Apesar do projeto ser considerado trivial e, por muitos (inclusive este repórter), ridículo, ele se baseia em um problema muito discutido: o vício em pornografia. Apesar de existirem inúmeros relatos de pessoas, principalmente homens, que se tornaram dependentes do conteúdo, psiquiatras e outros pesquisadores ainda não a consideram um distúrbio.

A categorização de vício em pornografia como um distúrbio viciante, mais do que uma simples compulsão, ainda é bastante contestada, principalmente por neurocientistas.

O atual dicionário de saúde mental, o DSM-5, incluiu uma nova seção para vícios comportamentais, mas coloca apenas um distúrbio: vício em jogos de azar. Outros vícios comportamentais foram incluídos em “condições para mais estudos”. Vício em pornografia não é diagnosticado atualmente e foi especificamente rejeitado pela mais recente revisão do DSM. Psiquiatras citam a falta de pesquisas de suporte como razão para, nos dias atuais, refutarem a ideia.

Apesar disso, a pornografia ainda é responsável por muitos danos em nossa sociedade. A objetificação da mulher, a diminuição de relações sociais saudáveis, fim de relacionamentos e uma expectativa errônea dos jovens para a vida sexual. Mas a solução para os problemas que elas acarretam está longe de ser a proibição desse conteúdo, mas na educação e na autorregulação de cada indivíduo. E quando não for o suficiente, o tratamento médico.

 

Evitando que crianças tenham acesso a conteúdo adulto

TechMundo

Donas de celulares e tablets, as crianças estão cada vez mais conectadas e a nova realidade dos pequenos internautas exige dos pais uma série de cuidados quando o assunto é conteúdo adulto na Internet. Uma das dúvidas é sobre como evitar que crianças tenham acesso a links com vídeos, fotos e outros artigos com apelo sexual, violento e até ilegal. (Sem o projeto do deputado Marcelo Aguiar de filtrar e proibir esse tipo de conteúdo, seja aprovado).

Nesse caso, a supervisão por parte dos pais pode ajudar a preservar as crianças. Ativar o “modo de segurança” em navegadores, computadores e celulares, contribui bastante na hora de evitar o encontro dos  com banners comerciais e páginas de web indesejadas.

Algumas dicas dos próprios fabricantes de software e empresas de Internet como Google, Microsoft e Apple podem fazer a diferença na hora de proteger o que os pequenos acessam:

1) Navegadores e busca

Todos os browsers oferecem em suas configurações ferramentas para segurança. No Google Chrome, a página de Preferências oferece o Safe Search (Busca Segura), que elimina das pesquisas todos os conteúdos impróprios. Para isso, basta clicar em “Filtrar Resultados Explícitos.” Ao clicar “Bloquear o Safe Search”, alterações só ocorrem mediante sua senha.

Para indicar que o SafeSearch está bloqueado no navegador, o Google adiciona bolas coloridas à parte superior de todas as páginas de pesquisa. Se as bolas coloridas não estiverem lá, o SafeSearch não está mais bloqueado e resultados adultos podem aparecer.

O Mozilla Firefox criou uma página chamada “Controle dos Pais” que é específica para segurança das crianças. Lá existem opções diversas para limitar o conteúdo de acordo com o critério dos pais. Isso incluir páginas adultas, com imagens violentas e artigos não adequados.

2) Youtube

Com a dinâmica das publicações de vídeos e o aumento do números de usuários, é praticamente impossível o Youtube verificar rapidamente um vídeo inadequado. De fato, as denúncias recebidas por usuários ajudam, mas não resolvem o problema. Embora a Política de Publicação do Youtube diga que pornografia não é permitida, a dica para o evitar este tipo de conteúdo é selecionar e ativar o botão de segurança, localizado no rodapé do próprio site.

Segundo o próprio Youtube, do Google, o sistema precisa de interação dos usúarios para funcionar de forma eficaz: “O Modo de segurança oculta vídeos que contenham conteúdo impróprio denunciados por usuários e outros sinais. Nenhum filtro é 100% preciso, mas este impede a visualização dos conteúdos mais impróprios”, afirma a rede de vídeos online.

3) Dispositivos Móveis, celulares e tablets

A mobilidade também é um grande desafio para os pais, já que o acesso a rede fica mais fácil e, muitas vezes, ilimitado. A maioria dos dispositivos possui uma ativação do Safe Search em buscadores como o Google, por exemplo. Para isso, basta clicar em “Filtrar Resultados Explícitos”. No site mobi e aplicativo do Youtube, também é possível ativar modo Segurança.

O Safari, no Mac OS X, oferece uma mensagem de aviso quando o navegador vai para uma página “suspeita”. Quem deseja ter esta configuração de segurança precisa ir ao “Menu Preferências – Segurança” e selecionar a opção “Avise antes de entrar em um site Suspeito”. No Mac OS, também é possível criar uma nova conta de usuário com bloqueios de acesso.

O Mozilla Firefox criou uma página chamada “Controle dos Pais” que é específica para segurança das crianças. Lá existem opções diversas para limitar o conteúdo de acordo com o critério dos pais. Isso incluir páginas adultas, com imagens violentas e artigos não adequados.

O Internet Explorer, da Microsoft, também possui uma página dedicada ao conteúdo. Basta logar uma conta Microsoft e alterar perfis em “Configurações – Filtragem de Sites”. Selecione “Ativar Filtragem de Sites” e, no “Aviso de Conteúdo Adulto”, escolha as opções de aviso para proibir o acesso dos pequenos a sites adultos. É possível também criar listas de proibições.

4) A melhor ferramenta é acompanhar de perto

A internet é uma porta aberta para o mundo, e isso impacta no modo com o qual as crianças usam a rede. É sempre bom ficar atento sobre quais sites eles costumam acessar, visitar o histórico dos navegadores, e ver qual conteúdo eles consomem e o que pode estar acessível.

O Google, por exemplo, possui ações eficientes na comunicação com os pais sobre como agir diante desses cuidados. A página “É Bom Saber” é dedicada exclusivamente à protecão online e oferece uma orientação completa sobre a navegação segura de todas as idades.

Embora muitas ferramentas estejam disponíveis, a melhor forma de evitar que uma criança tenha acesso a um conteúdo considerado impróprio, violento, sexual e abusivo é acompanhar de perto a navegação deles e falar abertamente sobre os riscos possíveis na Internet. Nesse assunto, toda orientação e cuidado é pouco para que os “pequenos” fiquem seguros e online.

 

 


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