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Monteiro Lobato: um brasileiro literato

Isabela Lacerda Da Editoria DMRevista

Monteiro Lobato, um dos primeiros autores de literatura infantil do Brasil e da América Latina, faria aniversário neste sábado (18). Lobato possuía, em suas obras, caráter nacionalista e social e teve grande importância na realização da Semana da Arte Moderna de 1922.

Nasceu em 1882, em Taubaté, São Paulo. Foi alfabetizado pela mãe e desde cedo demonstrava interesse pela leitura. Possuía temperamento inquieto e escandalizou a sociedade quando se recusou fazer a primeira comunhão.

Foi registrado com o nome de José Renato Monteiro Lobato, porém resolve mudar de nome para José Bento, pois queria usar uma bengala de seu pai, que as iniciais J.B.M.L gravadas.

Em 1917, vende a fazenda em que morava com a esposa e os três filhos e vai morar em Caçapava, São Paulo, onde fundou a revista Paraíba. A publicação teve 12 números, com colaboradores como Coelho Neto, Olavo Bilac, Cassiano Ricardo entre outras importantes figuras da literatura.

Neste mesmo ano, publica no jornal O Estado de São Paulo, um artigo intitulado “Paranoia ou Mistificação?”. A crítica se refere à exposição de Anita Malfatti, pintora paulista recém-chegada da Europa. O artigo gerou polêmica no meio das artes e transformou-se no estopim para a concretização do movimento modernista brasileiro.

O caipira

Muda-se para São Paulo e publica ,em 1918, seu primeiro livro Urupês, que esgota sucessivas tiragens. Neste livro, Lobato retrata a imagem do caipira brasileiro, destacando a pobreza e a ignorância do caboclo, que o tornava incapaz de auxiliar na agricultura.

A figura do caipira é traduzida no personagem Jeca Tatu, um preguiçoso, totalmente diferente dos caipiras e índios idealizados pela literatura romântica. O personagem gerou uma enorme polêmica no país, pois o personagem era símbolo do atraso e da miséria que representava o campo no Brasil.

O sítio

Narizinho Arrebitado, seu primeiro livro infantil, foi publicado em 1921, para ser um livro escolar. A obra fez grande sucesso e Lobato decidiu prolongar as aventuras de seu personagem em outros livros girando todos ao redor do Sítio do Pica-pau Amarelo.

Emília, Dona Benta, Pedrinho, Tia Anastácia, Narizinho, Rabicó e tantos outros, misturam realidade e a fantasia usando uma linguagem coloquial, acessível e até hoje admirada.

Todavia o livro Caçadas de Pedrinho, publicado em 1933, é questionado pelo movimento negro, por conter elementos racistas. Como no relata de uma caçada a uma onça que está rondando o sítio: “É guerra e das boas, não vai escapar ninguém, nem tia Anastácia, que tem cara preta.” Ou na cena em que Tia Anastácia sobe em um mastro: “Sim, era o único jeito – e Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou que nem uma macaca de carvão pelo mastro de São Pedro acima.”

José Bento Monteiro Lobato morreu no dia 5 de julho de 1948, de problemas cardíacos, deixando como herança fazendas e dezesseis livros infantis e 29 livros para adultos.

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