Cultura

Trans diz ter sido sodomizada na prisão

Redação

Publicado em 3 de maio de 2015 às 01:35 | Atualizado há 10 anos

 

Aos poucos, o caso Verônica Bolina começa a ser elucidado. A transexual, presa em São Paulo no dia 12 após agredir uma vizinha de 73 anos, disse que foi, sim, agredida, várias vezes, desde os primeiros momentos de sua detenção. Contou, inclusive, que foi sodomizada com um cabo de vassoura.

O militante LGBT Julian Rodrigues disse, em seu perfil no Facebook, na segunda-feira, 27, o que Verônica relatou em conversa com ele e com o ativista Dimitri Sales ao acompanhar a conselheira Cheila Olalla em visita à detenta, a pedido de Rildo Marques de Oliveira, presidente do Condepe-SP (Conselho Estadual de Defesa da Pessoa Humana).

Segundo Rodrigues, Verônica afirma que apanhou pela primeira vez quando tentou tirar a algema ao ser levada ao 78º DP (Jardins). Lá, ela assinou papéis sem ler e depois foi levada ao 2º DP (Bom Retiro), onde ficou numa cela com 11 presos.

Verônica diz que teve um comportamento inadequado na cela, mas que não foi a masturbação, como foi publicado em vários jornais. No dia seguinte, o carcereiro mandou que os presos saíssem e sozinho com ela, a xingou, e a agrediu com chutes e socos. Nesse momento, foi que aconteceu luta corporal e ela lhe arrancou a orelha.

A terceira agressão que Verônica sofreu foi quando a levaram ao pátio e foi vítima novamente de chutes e socos, principalmente no rosto.

“Havia dois policiais com ‘armas grandes’, uma com cabo de madeira. Nesse momento, também teve um cabo de vassoura introduzido no ânus. As fotos divulgadas no Facebook se referem a esse momento”, relata Rodrigues sobre o ocorrido.

Depois, a transexual foi levada ao hospital, onde também houve maus-tratos. Ela ficou dois dias “cega” por causa das agressões no rosto. Verônica não esclareceu o porquê de sua agressão à vizinha. Ela disse que não usa drogas e que sentiu como que possuída por “demônio”.

Agora, ela está melhor fisicamente, fora do convívio carcerário. Verônica está sendo tratada pelo nome social, sem peruca (por causa das normas de segurança) e representada pela defensora pública Juliana Berloque. (As informações são do site Parou Tudo).

 

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