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Exposição do Médicos Sem Fronteiras mostra desafios de vacinar crianças no Congo

Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil


Exposição Caminhos da Vacina, do Médicos Sem Fronteiras, no Parque do Ibirapuera

exposicao_credito_rodrigo_mathias.jpg_2.jpgRodrigo Mathias

O desafio de vacinar populações em áreas remotas do mundo está retratado na exposição Caminhos da Vacina, do Médicos Sem Fronteiras (MSF), no Parque do Ibirapuera, até 20 de setembro. As barreiras que impedem o acesso médico colocam em ricos a vida de cerca de 22 milhões de crianças, com menos de um ano de idade, a cada ano.

A exposição mostra o percurso de Bruxelas, na Bélgica, onde MSF mantém um armazém de suprimentos, até vilarejos da região de Abuzi, no noroeste da República Democrática do Congo, na África. Para percorrer o trajeto, que ultrapassa 7,6 mil quilômetros, as equipes têm que carregar as vacinas de avião, veículos 4x4, motos, canoas e a pé, em trilha pela floresta. Durante todo o percurso, é necessário manter a refrigeração dos produtos entre 2º e 8º Celsius (°C), em caixas térmicas, a fim de manter a eficácia das vacinas.

O logístico de MSF Luiz Otávio Guimarães explicou que levar uma campanha de vacinação a qualquer lugar já é uma tarefa complicada pelas condições de temperatura que a vacina exige, uma vez que há necessidade de investimentos em equipamentos que mantenham a refrigeração. “Quando se chega no Congo, especificamente, essa dificuldade se multiplica porque é um país que não tem muita estrutura, não tem estradas e a condição de eletricidade é precária”, disse Luiz.

Ele conta que a entidade precisa levar o próprio gerador e que, algumas vezes, é difícil encontrar até um combustível de qualidade. Em alguns casos, o combustível de má qualidade chega a danificar o gerador.

O público poderá conhecer as dificuldades logísticas desse trabalho por meio de fotos, vídeos, textos e mapas. O objetivo da exposição, segundo Luiz, é mostrar a dificuldade que existe de a vacina chegar até a população, de a população chegar até a vacina e abre ainda a possibilidade de se discutir o desenvolvimento de vacinas resistentes a variações de temperatura, o que poderia minimizar os problemas em sua distribuição.

“Podemos pensar em desenvolver vacinas que sejam mais resistentes a essa variação [de temperatura], porque, se as vacinas são mais resistentes, não gastaremos tanto recurso com carro, com freezer, com gelo, com geleira, e poderíamos usar esse recurso em mais vacinas e consequentemente mais pessoas seriam vacinadas”, disse.

A exposição Caminhos da Vacina tem entrada gratuita, no Parque da Ibirapuera, acesso pelo portão 10, ao lado da marquise. Depois de São Paulo, a mostra segue para outras capitais, entre elas, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife.

Editor Fernando Fraga

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