Cultura

Abstração Lírica

Diário da Manhã

Publicado em 10 de janeiro de 2017 às 01:09 | Atualizado há 4 meses

Considerado um dos pintores vivos mais importantes dos Estados Unidos, Ronnie Landfield já foi tema de mais de 70 exibições solo e outras duzentas em grupo. Em 2011 foi descrito pela Galeria LewAllen como um dos grandes nomes da arte contemporânea. O período de sua carreira que abrange as décadas de 1960 e 70 é constantemente relacionado à abstração lírica americana: movimento artístico caracterizado pela manipulação intuitiva da tinta, expressões espontâneas, cenários ilusionistas e pelo uso de inúmeras técnicas que surgem com as novas tecnologias. O movimento é visto como uma extensão da estética modernista oriunda do período pós Segunda Guerra Mundial e criou uma nova dimensão no campo da pintura abstrata.

Landfield nasceu em 1947 no distrito de Bronx, em Nova Iorque. Começou a ganhar visibilidade como pintor aos 18 anos. Foi convidado para a primeira exposição aos 20, na bienal da galeria do curador David Whitney , para a qual também foi convidado em outras duas edições (1969 e 1973). Na mesma galeria, Landfield teve sua primeira exposição solo no ano de 1969. Nesse período, o pintor via-se inspirado principalmente por pinturas de paisagens chinesas. Um de seus quadros Any Day Now foi adquirido pelo Museu Whitney de Moda Americana, enquanto Diamond Lake, foi comprado por Phillip Johnson e mais tarde pelo Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA) em 1972, e lá ficou exposta por vários meses.

Do final dos anos 1970 até o início dos anos 1990, a maioria das pinturas mais conhecidas de Ronnie Landfield entraram para o acervo de importantes coleções públicas, e passaram a ser parte da história da pintura nos Estados Unidos, além de fonte de estudo para jovens pintores ou pesquisadores das artes. O artista é capaz de descrever com bastante lucidez o momento em que viu-se pintor pela primeira vez: “Tudo mudou pra mim quando eu tinha 15 anos, numa manhã de domingo no início de agosto de 1962. Eu estava sentado à beira da piscina onde estava um salva-vidas, e se espalhava a notícia de que Marilyn Monroe havia morrido na noite anterior. Decidi estudar artes naquele dia. Ao pôr do sol da segunda-feira estava estudando com Arnold Blanch”.

Campos de cores

Na época do surgimento de Landfield no cenário artístico de Nova Iorque, a vibração contínua dos pintores de campos de cores passava por uma redescoberta no continente americano, depois de ter representado a reconstrução da Europa depois de duas grandes guerras. O esforço de tais artistas continua a ser influente, e Landfield vem contribuindo com obras do gênero em mais de 50 anos de uma carreira prolífica. Segundo palavras do próprio artista, em entrevista recente, suas pinturas servem como um transporte para um lugar comum e pessoal da essência das pessoas.”Eu acredito que as pinturas mais profundas permitem que as pessoas, diante delas, ganhem acesso à capacidade de ver a si mesmos.”

Nas palavras de Louis Zona, diretor e curador-chefe do Butler Institute of American Art, o trabalho de Landfield funciona através das cores, todas elas num processo de nutrição mútua, partes de um mesmo sistema onde cada detalhe desempenha um importante papel no equilíbrio do resultado final. “Para ficar na frente de uma pintura Landfield é para ser transportado para o mundo onde a cor se alimenta de cor e cada polegada da tela é considerado… Ronnie Landfield é, pura e simplesmente, um dos melhores pintores da América”. O pintor era o mais jovem dos prestigiados artistas americanos a trabalhar campos de cores. Desde a juventude, foi empurrando seus próprios limites, destacando-se cada vez mais desde o fim dos anos 1960.

Antes de tornar-se um pintor famoso, no início dos anos 1960, Ronnie Landfield costumava estudar pintura visitando galerias de arte de Nova Iorque. Também tomou aulas de desenho e pintura na Liga de Arte dos Estudantes da cidade. Formou-se na High School of Art and Design, em Manhattan em junho de 1963. A dom da pintura manifestou-se em Landfield ainda na adolescência. Seu primeiro quadro foi pintado em 1962, quando ele tinha apenas 15 anos. Seu estilo tem tornado-se cada vez mais apurado desde então, e manifesta diversos comportamentos. Pode surgir de forma leve e crescente, ou expressar sintomas dramáticos. Sempre envolvendo várias técnicas, marcas pessoais desenvolvidas por ele ao longo da carreira: campos de cores em forma de assinatura.

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