Por mais que se tente fazer de Goiás uma terra de caipiras e cantores sertanejos, o ambiente não ajuda e a pecha não cola mais: tecnologias, universidades, casas noturnas, startups, fábricas de fundo de quintal, um ambiente cada vez mais metropolitano e cibernético tomaram conta – para bem e para o mal – da cena urbana.
É neste ambiente atual e em retrospectiva nos últimos 20 anos que foi criada uma das maiores estrelas da música eletrônica do mundo. Leia de novo: neste ambiente goiano e aparentemente rústico/caipira que foi criada uma das maiores estrelas da música eletrônica do planeta.
O músico Alok, um dos mais badalados DJs da atualidade e produtor de hits com milhões de visualizações na rede de computadores, um dia teve que ouvir ecos de música sertaneja, canções de Marcelo Barra e até mesmo a cena rock goiana.
Hoje, liberto do regionalismo, Alok está na lista das grandes atrações em eventos internacionais. Para se ter ideia, na última semana, ele foi confirmado como uma das atrações do Lollapalooza Brasil.
Ouça Alok
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Ao lado de colaboradores (muitos deles familiares), coleciona hits, como “Fuego”, que nesta semana bateu 48.162.739 visualizações no youtube.
A música enigmática é uma parceria de Alok com o irmão Bhaskar que começa com uma atmosfera flamenca e depois cai numa misteriosa frase: “Soy el fuego que...”. Progressiva, a música evolui – e como evolui nas pistas de dança!
O artista é um enigma em si mesmo: seus pais, Swarup e Ekanta, são lendas da música eletrônica em Goiás e no resto do país. Foram para a Índia e lá, após se encontrarem com o líder espiritual Osho, decidiram batizar o filho de “Alok”, que em língua sânscrita quer dizer "luz".
Alok começou a produzir com o projeto “Lógica” ainda na adolescência e nos últimos quatro anos passou a ser considerado o melhor DJ do país.
Ouça Alok ao vivo no Villa Mix
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As músicas “Hear me Now” (disco de platina no WMA Itália), “Never let me go” e “Love is a Temple são canções do planeta, soltas para diversos povos, descolonizadas, espraiadas entre os povos e torres de babel. Tocam exaustivamente nas rádios e pistas de dança do mundo.
Provavelmente o leitor que nunca ouviu falar de Alok já ouviu um assobio digital em uma música que mistura o acústico ao eletrônico com a perfeição de um Moby. Esse som passa por aí, nos sons automotivos, na barulheira dos adolescentes, no dial, nos interlúdios das televisões.
A diferença com Moby é a década e o bassline – mais potente e grave. A disposição dos acordes e texturas (delays, flangers e os pitchs) cria uma canção de beat ideal para quem sai em busca de balada tranquila.
Alok é atualmente o artista brasileiro mais procurado no mundo. A revista especializada “DJ Mag”, da Inglaterra, o colocou como o 25 ° melhor DJ do mundo.
Trata-se do único brasileiro a bater 100 milhões de plays no Spotify, site de músicas que tem substituído as lojas de música. Um dos últimos projetos dele foi simplesmente uma parceria bluesy com Mick Jagger. Coube a ele dar uma roupagem nova ao estilo pesado do cantor do Rolling Stones. “Gotta Get A Grip” está solta no mundo e tornou-se hit nas pistas de Londres há pouco mais de um mês.
Ouça Alok
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Com 26 anos, Alok já é o artista de música eletrônica mais popular na história do país. Ele nasceu em Goiânia e logo cedo acompanhou os pais no evento Universo Paralelo, criado pela família.
O artista trancou a faculdade de Relações Internacionais aos 19 anos, iniciada na Universidade Católica de Brasília (UCB), quando deu uma guinada na carreira. Foi para Londres e se aperfeiçoou em discotecagem. Hoje vive entre Águas Claras, no Distrito Federal, e São Paulo.
Pais foram porta de entrada
Ekanta Jake Peres e Juarez Achkar Petrillo, os pais do DJ Alok, sempre deram apoio total e irrestrito ao caminho seguido pelo músico/DJ. São os verdadeiros artífices da nova música eletrônica no país.
Abriram espaço para o desenvolvimento do psy trance no país e colonizaram a cabeça dos jovens com o Universo Paralelo.
Juarez Petrillo tem um pé no rock, já que foi um dos fundadores da Primeira Pedra, ao lado do Boris Pedra e uma das melhores bandas dos anos 1990, em Goiás. Quando a “Forbes” selecionou Alok dentre as 91 pessoas com menos de 30 anos mais influentes do país estav, de fato, prestando reverencia a toda uma família que fez da música uma forma singular de manifestação.