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Apoio a Bolsonaro aumenta audiência do SBT

Foto: Reprodução/ SBT

Após sinalizar apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PSL), o Sistema Brasileiro de Comunicações (SBT) registrou a melhor audiência em dez anos, com base em todo o território nacional. O acumulado foi de 5,6 pontos de média, o que representa a maior taxa de espectadores desde 2006. Esses dados foram divulgados pelo Kantar Ibope no último domingo (4).

Não é mais novidade para ninguém que Jair Bolsonaro e Silvio Santos deram início, ainda no ano passado, a uma amizade que aumentou a audiência do SBT e colocou o presidente em lençóis amigos entre os veículos da grande mídia.

Desde a posse do ex-capitão, a camaradagem entre os dois vem tomando forma, e o telejornalismo da emissora de Silvio direcionou sua linha editorial para uma cobertura branda e amena do governo federal.

Com o passar dos meses, o canal de Silvio Santos passou a ocupar o segundo lugar no ranking de audiência, e, segundo balanço divulgado pelo Ibope, essa é a maior audiência do SBT em dez anos.

Naturalmente, os familiares e apoiadores do governo de Jair Bolsonaro foram apresentados aos telespectadores, viram nessa medida uma possibilidade de comunicação com milhares e pessoas e a empresa começou a ser chamada – em diversos espaços – de Sistema Bolsonaro de Televisão.

A simpatia de Bolsonaro ao canal de Silvio Santos é perfeitamente compreensível à luz do cenário político. Ele não encontrou clima favorável na maior empresa de comunicação da América Latina, que lhe dedicou – por meio do jornal “O Globo” – editoriais com forte cunho crítico.

Também foi possível ver essa guinada na linha editorial do telejornal de maior audiência do País, o Jornal Nacional. Uma vez eleito, o ex-capitão disse que ia boicotar o grupo Globo.

Pesquisa

Levantamento realizado pelo" UOL", que foi divulgado no último domingo (4) em reportagem de capa da Ilustrada, do jornal "Folha de São Paulo", mostra que a Globo ficou com a maior fatia financeira entre os anos de 2017 e 2018, com Michel Temer no comando.

No primeiro trimestre desses dois anos, a emissora carioca recebeu R$ 6,9 milhões, em comparação com R$ 1,34 milhões para o SBT e R$ 1,21 milhão para a Record. No ano passado, a Globo continuou faturando mais que as concorrentes.

Neste ano, o ranking para o primeiro trimestre mudou completamente. Em primeiro lugar, ao contrário do que aconteceu nos últimos anos, aparecia a Record (emissora que sinalizou apoio a Bolsonaro ainda durante a corrida eleitoral), com R$ 10,3 milhões. Na segunda colocação, aparece o canal de Silvio Santos, cuja arrecadação foi de R$ 7,3 milhões.

E, como era de imaginar, em terceiro aparece a Globo, com R$ 7,1 milhão.

Em abril, no entanto, a Secretaria de Comunicação rebateu os supostos boatos de que haveria critério ideológico na distribuição das verbas publicitárias, e disse que os valores foram aprovados ainda na gestão de Temer, que assumiu o País após o impeachment que destituiu Dilma Rousseff.

Mesmo com as ameaças feitas pelo presidente, a gestão atual teria pago mais à Globo do que às demais emissoras.

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