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‘Era Uma Vez em Hollywood’ gera expectativa, mas decepciona

O longa mais aguardado do ano pela crítica estreou na quinta-feira (15) em diversos cinemas da capital goianiense. Por azar do destino, assisti-o com atraso, no último domingo (25), mas o importante era ficar com aquela expectativa antes de a sessão começar. E, talvez, por conta dessa ansiedade toda, eu tenha chegado à seguinte conclusão: “Era Uma Vez em Hollywood” é uma decepção gigantesca.

Decepção, sobretudo, àqueles que ainda tenham grandes expectativas em relação ao diretor dos longas “Cães de Aluguel”, de 1992, e “Pulp Fiction”, lançado em 1994. É claro que Tarantino é uma das vozes mais autênticas do cinema hollywoodiano, porém há tempos ele vive à sombra daquilo que lhe colocou sobre o pedestal. Estética e cinematograficamente o filme é preso às glórias do passado.

Agora, sejamos justos: “Era Uma Vez em Hollywood”, ao contrário de seus outros longas, não é uma história sobre vingança, e tem vários pontos que chamam atenção do espectador. A trilha sonora, para citar um dos elementos que fazem diferença, dão uma cara sessentista ao longa e o imerge ao auge da contracultura, com músicas como “California Dream”, sucesso da banda americana The Mamas and Papas”.

Outros aspectos, no entanto, estão longe de serem o supro-sumo da genialidade. Com notórios problemas ao contextualizar o final da década de 1960, retratando pejorativamente os hippies, o diretor acertou em cheio ao mostrar o sonho hollywoodiano, que nos ajuda a superar a realidade a partir dos filmes. 

Cinéfilo de carteirinha, Tarantino idealiza uma trama ora verdadeira, ora fictícia sobre um astro decadente de séries e filmes lado B chamado Rick Dalton (Leonardo Di Caprio), que não aceita que sua carreira está em queda livre. Ele não conseguiu aproveitar os anos de glória. Algo semelhante rola com seu amigo, dublê e faz tudo, Cliff (Brad Pitt, aliás, é a melhor coisa do longa).

Dalton mora numa casa em Los Angeles, na Cielo Drive, para onde, no começo do longa, o diretor Roman Polanski e a atriz Sharon Tate se mudam. Na época, o casal era considerado o mais cool de Hollywood e, na noite do dia 8 de agosto de 1969, Tate foi brutalmente morta por integrantes da seita de Charles Manson.

O diretor traça um paralelo entre a derrocada de Dalton e a ascensão de Tate. Talvez esse seja o ponto mais interessante do filme, mas esse recurso está longe de ser algo inédito na filmografia de Tarantino. Dessa forma, o roteiro não tem nada demais, e é em vários aspectos chato. “Era Uma Vez Hollywood” é decepcionante.   

Serviço

‘Era Uma Vez em Hollywood’

Onde: Cinemas Lumière e Cinemark

Horários: 14h,17h15,20h30 e 18h30m 21h50, respectivamente

Ingresso: R$ 26,00

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