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Museu Nacional: das cinzas ao recobro

Há exatamente um ano, o Museu Nacional pegava fogo. O incêndio atingiu proporções épicas e causou a maior tragédia museológica do país. Por mais de seis horas, o acervo histórico brasileiro agonizava em meio ao tom alaranjado do desespero. Tragédia já anunciada perante os cortes em educação, ciência e cultura aprofundados anteriormente por Temer.

Um ano após o infortúnio, o sentimento de luto e o limbo de dúvidas sobre o futuro do museu deram lugar a pequenos passos para a esperança de uma possível recuperação.

Segundo dados de especialistas, foram destruídos pelas chamas pelo menos 80% dos 20 milhões de itens que faziam parte dos arquivos da instituição – uma das mais importantes da América Latina nas áreas de ciências naturais e antropológicas. A destruição fez com que 46% das coleções científicas fossem totalmente ou quase totalmente destruídas — 35 % ainda passam por processo de resgate e apenas 19% não foram alcançados pelo ardor.

Das 37 coleções, 17 foram perdidas de forma total ou parcial durante o incêndio - causado por um curto circuito de um ar-condicionado no auditório do museu - que atingiu o prédio.

Infelizmente, um ano após a tragédia, assistimos Bolsonaro inviabilizar e perseguir setores científicos e culturais. Nitidamente, um Governo que não preza pela verdade nem pela memória, já nasce em cinzas. Entretanto, de forma resistente, o museu se prepara para entrar na segunda fase de obras

Em meio a imensurável desventura, um fio de luz aponta no fim no túnel. Denise Pires de Carvalho, reitora da UFRJ, e o diretor do museu, Alexander Kellner, anunciaram que a expectativa é que o Museu Nacional reabra parcialmente em 2022 e que as obras de intervenção na fachada do prédio devem ser finalizadas em novembro desse ano.

A direção do museu estima que R$ 300 milhões são necessários para as obras do prédio - fora o acervo. Órgãos federais destinaram quase R$ 90 milhões ao museu. Embora grande parte do dinheiro para as obras de reconstrução tenha vindo do Governo Federal – cerca de R$ 16 milhões –, autoridades internacionais auxiliaram com generosas contribuições.

A mais substanciosa veio da Alemanha: um total de 230 mil euros. Paralelamente, a Itália também colabora para a recuperação do acervo tanto por meio de trabalho técnico quanto com o empréstimo de cerca de 2 mil peças para o Museu Nacional.

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