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Marisa revelada

A cantora Marisa Monte e os bastidores da turnê “Universo Particular” se revelam por meio do documentário “Infinito Ao Meu Redor”, que chega ao Curta!. O longa, dirigido por Vicente Kubrusly, mostra a intimidade da artista através de um relato em primeira pessoa. Enquanto reflete sobre a própria profissão, Marisa vivencia a experiência de viajar entre 17 países com seu show.

Do esplendor do palco à correria das viagens, além da calorosa reação do público e da recepção da imprensa por onde passa, Marisa se mostra múltipla: compõe, canta, administra os desafios trazidos pela fama e a própria vida pessoal. Relembra sua adolescência e retoma as origens de sua ligação com a música, ao mesmo tempo que celebra o presente enquanto comemora mais um aniversário.

Foram mais de 500 horas de trabalho filmadas entre o lançamento simultâneo de “Universo ao Meu Redor” e “Infinito Particular” — os álbuns que deram origem ao show — e a apresentação final, dois anos depois, em 2008. Ainda que foque neste espetáculo, o filme também relembra de outros momentos dos 20 anos da carreira de Marisa, recém-completados na época.

Além de ponderações sobre o show business, “Infinito ao Meu Redor” mostra a vida de uma artista completa: entre o glamour e a simplicidade, entre a multidão de fãs, os amigos e a solidão da estrada. A exibição é na Segunda da Música, 28 de junho, às 22h30.

Desde que apareceu no cenário musical no final dos anos 1980, quando sacudiu a música popular brasileira que, àquela altura, não apresentava nada de novo, Marisa Monte conserva, por estilo, uma maneira muito própria de se relacionar com a carreira e a fama - suas redes sociais, por exemplo, pouco mostram.

Em dois anos no Instagram, Marisa fez dez postagens para seus mais de 1 milhão de seguidores.

Sem alarde, a cantora pode anunciar um novo álbum, como aconteceu há poucos dias, quando a imprensa foi informada que ela já havia gravado um novo trabalho, batizado de “Portas” - o primeiro solo de música inéditas em dez anos. O comunicado, claro, gerou curiosidade no meio musical, algo que sempre se repete quando se fala em algum projeto em que Marisa Monte esteja envolvida.

Single
“Calma”, single que ela lançou neste mês, traz o DNA pop que da cantora e tem versos de amor que falam de futuro, madrugada, alvorada e “tempestade em copo d'água”. “Não diga que não gosta de mim/ Não diga que não vai me notar/ No pé do bar em qualquer lugar/ Não venha me dizer que não dá/Não quero ver você se perder”.

A faixa tem arranjos do jovem baterista e trombonista carioca Antonio Neves - que já trabalhou ao lado de nomes como Elza Soares, Edu Lobo e Alcione - e, no começo deste ano, lançou o álbum “A Pegada Agora É Essa”, com participações de Alice Caymmi, Hamilton de Holanda e Leo Gandelman. Marisa toca violão de nylon na faixa.

Pare além do single “Calma”, ainda pouco se sabe sobre o repertório do álbum “Portas”. O disco, que foi gravado entre outubro de 2020 e abril de 2021, no Rio de Janeiro e em Nova York, tem direção geral e produção de Marisa e coprodução de Arto Lindsay, com quem ela já havia trabalhado nos discos “Mais” (1991) e “Verde Anil Amarelo Cor-de-rosa e Carvão” (1994).

Em um vídeo teaser divulgado pela assessoria de imprensa da cantora, porém, há algumas pistas. Nas imagens, é possível ver Marisa trabalhando em estúdio acompanhada de velhos companheiros, como Carlinhos Brown, Dadi e os guitarristas Pedro Baby e Davi Moraes, além das presenças do compositor e percussionista Pretinho da Serrinha, nome ligado ao samba carioca, e do cantor e compositor Silva que, em 2016, dedicou um álbum ao universo musical de Marisa.

Nesse mesmo vídeo, a cantora fala sobre o susto com a pandemia do medo e abatimento que ela provocou nas pessoas. Marisa também disse que, por sugestão de um amigo, resolveu, após se cercar de cuidados, entrar no estúdio para gravar o nome do trabalho. “Música é remédio. Foi aí que a gente abriu a portas e reencontrou nosso caminho”, diz o texto.

A obra de Marisa Monte transita por múltiplas vertentes musicais, presentes desde as primeiras apresentações em público. Nelas, inclui algumas de suas referências: a canção romântica, o pós-tropicalismo, o BRock, o rock internacional, o soul, o reggae e o jazz. O samba, cuja afinidade surge na infância, figura em seu repertório desde a estreia como cantora, com a gravação de “Preciso me Encontrar” e “Lenda das Sereias” .

Aliando tradição e modernidade, Marisa Monte constrói uma ponte entre gerações, levando a um público mais amplo canções inéditas e restritas à oralidade de seus circuitos de origem. Sobretudo com relação ao samba, dedicando-se à pesquisa e produção de compositores da Velha Guarda da Portela. (Redação, cominformações da Agência Estado)

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