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Goiânia Noise volta em formato online

Rariana Pinheiro

Um dos grandes festivais da cena independente de Goiânia está de volta após dois anos de hiato devido a pandemia. O Goiânia Noise, que começa nesta terça, 15, e segue até o próximo sábado, 19, será inteiramente online e gratuito. Realizado pela Monstro Discos, nos próximos cinco dias vai receber 20 shows de bandas e artistas da cena local, além de palestras e oficinas voltadas à música e seu mercado.

Toda programação será realizada no Centro Cultural Martim Cererê, sem a presença do público. Para dar o gostinho de show presencial, a transmissão será em tempo real e transmitida pelo canal da Monstro Discos no YouTube (www.youtube.com/mostrodiscos).

Apesar da edição online bem vitaminada, era sentir o calor das bandas tocando no palco com a plateia ativa dos festivais de Goiânia o que os realizadores do Noise gostariam de estar fazendo. “Não ter o público é desagradável, até relutamos em fazer”, diz um dos idealizadores do evento, o produtor musical Léo Bigode, em entrevista ao Diário da Manhã. Porém, os organizadores viram no lançamento dos editais da Lei Aldir Blanc, do governo federal e estadual, a oportunidade de oxigenar o cenário musical goiano, que padecia na pandemia.

“Na pandemia teve bandas que acabaram, outras que estavam desestimuladas. Agora, estamos vendo os artistas falando que com a grana vão gravar um clipe, fazer um álbum. Isso nos movimenta a fazer as coisas”, argumenta. Apesar de estimulante, Leo explica que essa será uma edição especial. A ideia é realizar o 26ª Goiânia Noise de forma presencial ainda no primeiro semestre deste ano. Dependendo, claro, de como vai estar a pandemia.

Mas não é porque é virtual, que evento não vai receber novidades. Se antes a programação do festival predominava o rock independente, dessa vez serão 20 bandas de diferentes linguagens, pesos, estilos e cidades goianas. A diversidade, conforme Léo Bigode, será o tom não apenas dessa edição, como o futuro do festival daqui para frente.

“O Noise tem que ter banda de mulher, pessoas pretas, gêneros diferentes, pois o rock abriga todos. A gente se concentrou nos últimos dez anos muito no rock, e quando fizemos show da banda Mulamba (sexteto feminino e feminista, de Curitiba, que faz uma MPB moderna) e Odair José, em 2019, foi um barato. Fizemos o show da Elza Soares que foi sensacional. Queremos abrir para todo tipo de som e estilos. Isso é amadurecer”, afirma.

Um exemplo do novo apreço pela mistura do festival é que a banda responsável por fechar a programação desta noite é o projeto de Sérgio Pato com o músico Can Kanbay, o Patocan, que faz um trabalho de música instrumental com foco nos ritmos regionais do cerrado. Já outro duo que opta pelos sons experimentais e estará nessa edição do festival é Manaié, formada por Ingrid Lobo e Emanuel Mastrella. Eles fazem um trabalho visceral, experimental, emotivo, que utiliza diversos elementos eletrônicos e orgânicos para falar sobre as sensações humanas.

Com som experimental, duo Manaié mostra os novos rumos diversos do festival

Porém, no set list há ainda bandas familiares no festival, como Violins, Rollin Chamas. A banda The Galo Power, recorrente na história do festival, vai fazer, de acordo com o vocalista e guitarrista da banda Bruno Galo, sua 9ª ou 10ª apresentação no festival. Para essa edição, eles também vão trazer surpresas e mostrar as canções novíssimas do álbum “Matoumorro”. O trabalho deve ser lançado aos poucos, com uma música por mês a partir de março. “Inclusive a música que também é o nome do disco sai com clipe no mês que vem”, adianta Bruno Galo.

O disco representa uma ruptura com o som que faziam anteriormente. “É de praxe mudarmos de um disco para o outro, mas este, sem dúvidas, tem um abismo enorme entre os outros discos. Teremos participação do Weiler Jahmaika (Caboclo Roxo) nas percussões e efeitos, p\d\ mostrar de vez essa pegada de batuques, percussões e brasilidades”, explica Bruno.

Já a banda Kamura, que é uma das expoentes do metal goiano com mais destaque, chega com o peso de seu mais recente EP “Prophets of Clay”, que foi lançado em 2019. E estão cheios de entusiasmo, por retornarem aos palcos, mesmo que virtualmente. “No final dos dias estamos felizes de tocar, independente do formato. Vai ser show”, diz Íkaro Staford.

Veja a programação do Goiânia Noise completa:

Terça-feira

16h00 – Palestra: Música e Mercado, com João Lucas (Fósforo Cultural)

18h00 – Oficina: Como gravar seu disco em casa, com Maurício Lavenère

19h30 – Melodizzy

20h30 – Rural Killers

21h30 –PatoCan

Quarta-feira, dia 16/2*

16h00 – Palestra: Marketing Musical, com Alexandre Ktenas

18h00 – Oficina: Como produzir vídeos para redes sociais e Youtube, com Sandro Almeida (Âncora Filmes)

19h30 – Murder

20h30 – Casa Bizantina

21h30 – Sunroad

Quinta-feira

16h00 – Palestra: A Cena Musical Pós Covid, com Leo Pinheiro e Leo Bigode

18h00 – Oficina: Técnicas de Palco para um Bom Show, com Leozinho Roadie

19h30 – Underdog Pack

20h30 – Sheena Ye

21h30 – Rollin' Chamas

Sexta-feira

18h00 – União Clandestina

19h00 – Canto Violado (Anápolis)

20h00 - Manaiê

21h00 – Violins

Sábado

15h00 – Casulo Fantasma (Uruaçu)

16h00 – Vulture Bones (Jataí)

17h00 – Kamura

18h00 – Black Lines

19h00 – Fred Valle

20h00 – Jukebox From Hell

21h00 – The Galo Power

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