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Monica Vitti deixou marca em filmes dirigidos por Antonioni e Buñuel

A atriz italiana Monica Vitti, considerada 'musa' do diretor Michelangelo Antonioni, morreu nesta quarta-feira, 2, anunciou o ministro da cultura da Itália, Dario Franceschini. “Adeus Monica Vitti, adeus à rainha do cinema italiano. Hoje é um ia verdadeiramente triste, morre uma grande artista e uma grande italiana”, afirmou Franceschini num comunicado no qual ele recorda a carreira de Vitti tanto em comédias quanto em dramas.

Unindo beleza e desenvoltura para atuar nos mais diferentes tipos de cinema, Vitti atuou em papéis de filmes de alguns dos cineastas italianos mais importantes de todos os tempos, como Mario Monicelli, responsável por revelar o talento cômico da atriz em “A Garota com a Pistola”, de 1968, além de Ettore Scola, Alberto Sordi e Eduardo de Filippo. Ela foi companheira ainda de Antonioni – com quem vivera um tórrido romance de uma década, entre 1957 e 1967 -, onde obteve o status de famosa. Mas não se limitava apenas ao diretor de “Blow-Up” e “Profissão Repórter”.

Apesar de marcar obras clássicas de seus compatriotas, Monica Vitti também colaborou com o diretor surrealista Luís Buñuel em “O Fantasma da Liberdade”. Teve atuação ainda em duas produções rodada em língua inglesa – Modesty Blaise, uma trama de espionagem do Reino Unido dirigida pelo cineasta Joseph Losey, em 1966, e “Na Almost Perfect Affair”, comédia romântica com a assinatura de Michael Ritchie, em 1979, que se passa no aclamado Festival de Cannes, na França.

A aptidão para a atuação surgiu na adolescência. Ainda na escola, enquanto passava pelo casarão da Academia de Arte Dramática Nacional, percebia jovens gritando, sorrindo, chorando, se jogando no chão, com intensidade, conforme depoimento que a própria Vitti concedeu para o documentário “As Mil e Uma Noites”, lançado em 2006. “Parecia um hospício, mas com loucos felizes”, disse ela, na ocasião.

Cinco anos depois de formada, a atriz conquistou seu primeiro papel de destaque no cinema, no filme “Le Dritte”, dirigido por Mario Amendola. Desde 2000, já uma considerada uma das grandes atrizes do cinema italiano, Vitti estava casada com o cineasta e diretor de fotografia Roberto Russo. Em 2011, revelou à imprensa que estava com Alzheimer há mais de dez anos. Seu último projeto de grandes proporções foi “Secret Scandal”, que ela mesma estrelou e dirigiu, exibido em Cannes em 1990.

Dona de uma união capaz de flertar com a comidade sem deixar de lado a dramaticidade, com a qual se tornou uma das grandes atrizes de seu tempo, Monica Vitti colecionou vários prêmios ao longo da vida, como cinco David di Donatello, o maior do cinema italiano, um Leão de Ouro pela carreira no Festival de Veneza e um Urso de Praia na Berlinale. Vitti encantou aos 90.

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