A ciência que admite que a consciência é a origem de todas as coisas
Diário da Manhã
Publicado em 2 de novembro de 2016 às 01:27 | Atualizado há 9 anosUma das questões mais difíceis para os filósofos de todos os tempos foi estabelecer um conjunto explicativo e satisfatório sobre a hipótese da reencarnação. Pode se dizer que, até bem pouco tempo,esse tema era integralmente visto com preconceito no ambiente acadêmico. Todavia, no momento presente, subjacente à concepção de dualidade entre alma e corpo, e pensando na questão de como uma alma imaterial interage com um corpo físico,há um coeso e revolucionário conhecimento que sobrepuja a insatisfatória visão dualista – A Física Quântica.
O renomado Amit Goswami, PhD em Física Quântica, pesquisador e professor titular na Universidade do Oregon , propõe um novo paradigma científico, por ele denominado de “Ciência dentro do Primado da Consciência” como intuito de fornecer subsídeos para uma compreensão que conecta vida, morte, reencarnação e imortalidade de forma plenamente unificada.
Em certo momento de seu hercúleo trabalho de unificar Ciência e Espiritualidade, foi jocosamente denominado de “místico” por parte da comunidade científica, mas, calou a boca de seus detratores, através de inúmeras publicações altamente técnicas que corrobararam plenamente com suas teorias.
Goswami afirma ousadamente que a reencarnação pode ser explicada cientificamente dentro da concepção de uma ciência calcada no primado da consciência. E vai além, afirmando que o modelo da nova Ciência torna possível à inteligência humana avançar na busca da imortalidade.
Para a Ciência convencional, toda a realidade está fundamentada na matéria. Tomando por base esse referencial cognitivo, a mente, a vida e a consciência seriam apenas um conjunto fenomênico desdobrado de sua matriz primordial – a matéria, portanto com a chegada da morte, todos os epifenômenos (fenômenos secundários), obviamente, cessariam. Temos, no entanto, que ressaltar que esse paradigma não apresenta suporte teórico consistente e satisfatório para explicar o surgimento da vida, da mente e nem da consciência. Nele, certamente, não há lugar para a hipótese da reencarnação.
Em várias correntes religiosas da humanidade, não apenas no espiritismo, a reencarnação é admitida. Na cultura de muitos povos distintos e muitas vezes vivendo em épocas diferentes existiram e existem os chamados Livros dos Mortos ,com descrições extremamente semelhantes sobre a jornada da alma depois da morte. Muitas pessoas que passaram por E.Q.M. (Experiência de Quase Morte) fizeram relatos sobre o que viram e passaram, muito semelhantes aos que se encontram no famoso Livro Tibetano dos Mortos.
Em seu Best-Seller A Física da Alma, Goswami, ressalta que, embora os cientistas convencionais afirmem que boa parte dos fenômentos relacionados a guias espirituais e anjos, seja subjetivo ou em certos casos, fraudulentos, eles representam por si mesmos, assim como também a mediunidade, anomalias dentro do mencionado paradigma materialista. Na verdade, muitos outros fenômenos anômalos estão encurralando a Ciência materialista.Momentos de mudanças aceleradas na evolução (evolução pontuada) foram detectados por biólogos evolucionistas,curas a partir de mudanças nos níveis de interação mente-corpo, foram constatadas e relatadas detalhadamente por Deepack Chopra, médico adepto da medicina quântica.
Na nova visão científica proposta por Goswami, a matéria e tudo que dela deriva, incluindo os objetos que utilizamos em nossos afazeres diários, são instrumentos da Consciência. Nessa visão, o propósito da nossa vida individual ,seria manifestar o potencial da Consciência descobrindo-se a si mesmo através de certos contextos vividos com plenitude e criatividade.
De acordo com Goswami, a realidade contextual que vivemos com a nossa personalidade é colapsada quando a contemplamos a partir do que ele chama de o “si mesmo quântico”, correspondente ao “Atman” dos hindus ou ao “Eu Superior” da gnosis ou simplesmente, ao Espírito na doutrina espírita.
Na Ciência do Primado da Consciência o nosso “ego” constituído pelo acúmulo de todas as memórias de nossas experiências ao longo do tempo, assim como, o nosso corpo físico são realidades colapsadas a partir da consciência, isto é, tornam se tangíveis, a partir do “Eu Quântico”. Os estudos da Mecânica Quântica sugerem que há um “princípio não local” que é transcendente ao tempo e ao espaço, que atua sobre objetos correlacionados mantendo-os interconectados mesmo quando estão separados por grandes distâncias.
Na “famosa” experiência de Física Quântica liderada por Alain Aspect em 1982, dois fótons correlacionados influenciaram-se mutuamente a distância, sem trocarem sinais. Poderíamos comparar este resultado com um par de dançarinos executando os passos de uma dança ,com perfeita coordenação, harmonia e complementariedade, porém, com um deles presente em Goiânia no Brasil e o outro em Tóquio no Japão.
Na concepção de Goswami, a consciência de um observador possui a capacidade de “colapsar” a realidade. Nesse contexto, vida e morte, espiritualidade e materialidade perdem o peso morto da dualidade e passam a ser encarados como nuances dentro da unidade da consciência.
Algumas ideias de Goswami são apresentadas no filme Quem Somos Nós (What the Bleep do We Know?). Suas ideias bem fundamentadas e sua incansável busca de respostas para um número considerável de contradições inerentes ao dualismo matéria/espírito colocam o seu traballho em uma dimensão revolucionária dentro do conhecimento – a espiritualidade, concebida não apenas pelo viés da mística, mas,de mãos dadas, definitivamente com a ciência. Ciência dentro do primado da consciência.