A era da música 4.0
Redação
Publicado em 18 de janeiro de 2016 às 21:16 | Atualizado há 4 meses
A história às vezes depende muito da pré-história para ser compreendida. Saber o antes das coisas permite criar uma linha do tempo e assim fica fácil entender os caminhos da vida. A história da música precisa ser compreendida através da pré-história da mesma. Antes das gravações em rádio, dos shows em estádios de futebol e antes mesmo dos Beatles aparecerem pela primeira vez na televisão havia os chiados e experimentos que se transformaram nos aparelhos de som que compramos atualmente.
O primeiro objeto a reproduzir ondas sonoras era um verdadeiro trambolho. O fonógrafo, inventando por Thomas Edison, a princípio não funcionava como reprodutor de canções e etc. Só quando o Gramafone e foi inventado por Emil Berliner, em 1888, é que se começou em reproduzir gravações. A distância tecnológica entre o invento de Emil e a indústria cultural atualmente parece destruir qualquer espécie de laço entre estes. A discussão atual gira em torno da internet e a forma como os conteúdos podem ser disseminados sem o controle do artista. A “pirataria” é o nome da vez.
Nos últimos anos a briga entre músicos, gravadores e sites de internet gerou grande discussão entre todos estes envolvidos. A briga gerou o fechamento de sites como o Megaupload, famoso por conter gratuitamente CD’s, filmes e outros trabalhos para download. Os donos do site chegaram a ser processados por pirataria e o site se mantém fechado até a atualidade. Apesar disto, procurar uma canção para download gratuito na internet é tão fácil quanto antes. Outro site que também foi tirado do ar é o MegaFilmes HD. A página disponibilizava filmes online gratuitos para o público, muitos destes ainda eram lançamentos e estavam em cartaz no cinema. Depois de uma semana o site voltou ao ar em outro domínio.
Alguns artistas afirmam que o compartilhamento de músicas pela internet prejudica o trabalho dos mesmos, pois eles perdem com a venda. Enquanto isso com outro pensamento, músicos assumem que existe uma mudança no setor musical e tentam descobrir os novos formatos de divulgação do seu trabalho.
Música x Internet
A discussão sobre o que é veiculado na internet sem a autorização arrasta artistas para o debate. Alguns tentam de todas as formas optar por métodos antigos e assim tentam controlar o que é reproduzido online. Porém, a novidade desse veículo de informação é justamente essa: coloca o consumidor acima das imposições do capital. A realidade é que a maioria dos artistas não obtém um lucro substancial com a venda de seus CD’s. A maior porcentagem desse bolo é destinada para as grandes gravadoras que exploram o trabalho dos músicos e depois exploram os bolsos dos consumidores.
A defesa fica por conta de novos artistas da música brasileira que entendem a evolução da música e o formato de divulgar. A internet ao mesmo tempo em que parece prejudicar uma camada de artistas também é um verdadeiro antro de novos autores. Isto porque não existe nenhuma seleção ou teste do sofá para que o trabalho seja divulgado, coisa comum entre as gravadoras desde os períodos mais recentes da história da música. Músicos da atualidade como a banda Boogarins e até mesmo o jovem ídolo pop Justin Bieber tiveram o sucesso alcançado através da divulgação das músicas via internet.
Nova era
Diferente das últimas décadas, os jovens deste século não encontram novidades musicais via rádio ou televisão. Cada dia mais próximos da rede, a procura é feita via internet, mais precisamente no YouTube. Tanto é que boa parte dos lançamentos de 2015 foram feitos neste formato e só depois os discos ganharam seu formato físico (alguns são divulgados apenas pela internet).
A facilidade de acesso e o número de possibilidades que a internet provoca tem o lado ruim que também é criticado com frequência. Dentre os sucessos que vemos escondidos pelos cyberspaço existe aquilo que não tem tanta valia. A liberdade de expressão também gera falta de informação de peso e também prejudica a qualidade do trabalho. Desta forma, a nova geração de músicos conta com um espaço interessante para divulgar seu trabalho, mas ao mesmo tempo tem que dedicar grande parte do tempo nesse processo ou se torna apenas mais um nome no emaranhado de informações da rede.