Aromas do vinho
Diário da Manhã
Publicado em 1 de junho de 2017 às 02:59 | Atualizado há 4 meses
Uma grande quantidade de vinho até mesmo vinho bom ou excelente passa pela língua e pela garganta das pessoas que o tomam sem que elas o degustem. Elas não estão harmonizadas com o vinho; não estão receptivas ao que ele tem a oferecer. Podem estar preocupadas ou entretidas em alguma conversa; já beberam uísque ou Gim os quais entorpecem os sentidos; estão resfriadas; ou simplesmente porque, nunca conheceram nada sobre como aproveitar o máximo a poesia de cada gole.
Nada que o vinicultor possa fazer dispensa a necessidade de um degustador sensível e interessado. Se o sentido do paladar estiver localizado na boca (onde nossos impulsos nos dizem que está), qualquer um que tomar um gole de vinho receberá todas as sensações que ele tem a oferecer. Porém, na realidade, os nervos que recebem qualquer coisa diferente das sensações básicas de doce, azedo, salgado, amargo, como o sabor complexo do vinho, estão localizados na parte mais alta da cabeça e mais profunda do cérebro, na parte superior do nariz.
A parte mais sensível é o paladar, é de fato, nosso olfato. O órgão da diferenciação está na cavidade nasal mais acima, para onde, na respiração normal, o ar nunca vai. E as únicas emanações do vinho necessitam ser inaladas (seja pelo nariz ou, menos efetivamente, pelo fundo da boca) na parte mais acima da cavidade nasal, onde elas são sentidas por milhares de receptores diferentes, cada uma sensível a um grupo particular de aromas relacionados. Surpreendentemente, nós somos capazes de distinguir milhares de aromas diferentes.
Frequentemente, comenta-se como esses aromas agitam as lembranças muito mais rápida e vivamente do que outras sensações. Da posição do bulbo olfato, vizinho mais próximo do lobo temporal, onde as lembranças são armazenadas, parece que o olfato, o mais primitivo de nossos sentidos, pode ter uma posição privilegiada de acesso instantâneo ao nosso banco de memórias.
Os degustadores experientes confiam na reação imediata de suas memórias à primeira inalada de um vinho. Se eles não puderem relacioná-lo imediatamente aos vinhos que degustaram no passado, devem recorrer aos seus poderes de análise. A abrangência de referências disponíveis é a grande diferença entre um degustador experiente e um iniciante. Os prazeres reais da degustação do vinho residem nas referências cruzadas, na instigação da memória, nas comparações entre produtos semelhantes e entretanto sutilmente diferentes da mesma região ou de regiões vizinhas. Os vinhos diferem uns dos outros em termos de cor, textura, força, estrutura, corpo, persistência, assim como de seu complexo de sabores.
As degustações ocorrem de muitas formas diferentes, desde o simples ato de prazer em torno de uma mesa com amigos aos testes profissionais de degustação às cegas, envolvidos na qualificação de um mestre do vinho. Um dos prazeres é o ritual representado em muitos restaurantes, nos quais o maître serve uma pequena quantidade de vinho escolhido para que você prove. O objetivo é, em primeiro lugar, que você verifique se o vinho está na temperatura certa, em segundo, verifique a rolha e terceiro, que não esteja com gosto avinagrado.
Mais difícil do que apreciar vinhos é conseguir comunicar suas sensações de degustação. Montar um vocabulário é crucial para que alguém se torne um conhecedor. Há uma boa razão para manter anotações regulares sobre o que se bebe ou se degusta. Em primeiro lugar, ter de se comprometer com algo no papel ajuda na concentração; sem dúvida alguma, a primeira exigência para ser capaz de degustar um vinho de forma apropriada. Em segundo lugar, faz com que se analisem e qualifiquem as sensações que perpassam seu palato. Em terceiro lugar, é um auxilio à memória: quando alguém perguntar que vinhos são de sua preferência, será possível consultar suas anotações e dizer algo definido. Em resumo, mantenha suas anotações no diário. É difícil, pois muitos não conseguem manter esta disciplina. A anotação mais importante a ser feita é o nome completo do vinho degustado e um pequeno resumo do momento. Não deixo de falar nas minhas palestras que a degustação dos vinhos é um processo essencialmente subjetivo. Todos temos nossos próprios gostos com relação aos sabores e aos estilos de vinho. Nós começamos com um conjunto de preferencias e, em seguida, nossos gostos se desenvolvem e continuam a mudar sempre. O melhor juiz dos estilos corretos para o seu paladar é você. Não há o certo ou errado absoluto na apreciação de vinhos.
Como degustar o vinho
Olhos – Sirva-se de uma amostra, nada mais que do que um quarto da taça, para a degustação. Primeiro, verifique se o vinho está límpido e observe quão intensa é a cor (quanto mais intensa a cor tinta, mais jovem é o vinho). Os vinhos tintos se tornam mais pálidos com a idade, enquanto os brancos, mais profundos. Incline a taça contra um fundo branco, e observe a cor no meio do líquido e na borda. Todos os vinhos tintos tornam-se lentamente marrons com a idade e a borda é o primeiro local em que qualquer cor alaranjada é observável em um tinto. Quanto mais brilhante a cor e mais sutis suas diferentes gradações(passagem gradual de uma cor para outra), melhor o vinho.
Nariz – Dê uma inalada com toda sua concentração, em seguida, gire o vinho dentro da taça e inale mais uma vez. Quanto mais forte a impressão, mais intenso o aroma ou buquê. Um vinho sutil e maduro pode necessitar ser girado para que desprenda algum aroma. Se estiver degustando às cegas, este é o momento que pede uma grande memória intuitiva, alguma relação com algo armazenado em seu banco de lembranças degustativas. Se estiver degustando para avaliar o vinho, observe se ele tem um aroma límpido e intenso, e qual a lembrança que seu aroma provoca. É muito mais fácil lembrar-se de um aroma se puder associar palavras a ele. Enquanto estiver degustando o vinho, observe como se modifica. Os bons vinhos tendem a se tornar mais interessantes com o tempo, o que não acontece com a maioria dos vinhos comerciais e baratos.
Boca – Este estágio consiste em dar um bom gole de vinho, expondo-o às papilas gustativas distribuídas na língua e dentro das bochechas. Se o nariz é melhor para sentir os sabores sutis de um vinho, a boca é melhor para medir seus constituintes, a ponta de língua, em geral, para o doce, as laterais superiores para a importante acidez, o fundo da língua para o amargo, as bochechas para os taninos secos, a entrada de garganta para qualquer excesso de álcool que causa queimação Assim que um gole tenha sido ingerido, pode-se julgar se todos estes elementos estão em equilíbrio e sua persistência no palato é um bom indicador da qualidade do vinho.
Mas se quer saborear o vinho, sem se preocupar em ser um degustador de experiente, pegue sua taça, escolha um vinho de qualidade, entre para o baile da vida. Beba saboreando amar com amor, sem medida, sem pudor. Deixe que a loucura báquica recaia sobre você. Ligue sua pick-up, a música entrará por seus ouvidos e deleitarão sua alma. Cante e dance, e faça o que mais sentir vontade. Sinta a felicidade fluindo, na sutileza do cheiro doce, da taça do vinho.
Caçarolas da semana e vinho
Casa Elza
Uma prateleira com cafeteiras, bule e xícaras de café decora o salão, que preserva um jeitão simples e caseiro. A “Casa Elza” me fascinou. A empada, uma das melhores que já comi. A massa é fina e delicada, de sabor amanteigado, além do recheio farto e bem temperado. Para produzir as mais de 2.000 unidades vendidas diariamente, a cozinha abre os trabalhos às 6 horas da manhã, quando as quituteiras iniciam o preparo da massa e do molho de tomate que integram os recheios. Quem comanda a produção dos salgados são Célio Ramiro e sua mulher, Marilda Lima, filha de Elza Tavares, a fundadora da marca. A dupla supervisiona diariamente o trabalho dos funcionários para que o passo a passo da receita original seja respeitado nos mínimos detalhes. Entre as 12 variedades, há versões de frango com pequi, carne-seca, bacalhau e camarão, além das empadas doces, como brigadeiro e goiabada. Ao longo do dia, outras nove levas garantem a reposição constante dos produtos na vitrine. Endereço: Avenida T-4, 1268 – Setor Bueno – Goiânia.
Moët&Chandon traz experiência sensorial para o verão
Há sete anos a versão brasileira ganha um sabor especial com a temporada de Moët Ice Impérial, primeiro champagne feito para ser degustado com gelo. Nesse ano, a pioneira Moët & Chandon inova mais uma vez ao criar uma versão Rosé da bebida e para criar uma experiência completa, a marca firmou uma parceria com o duo francês Sylq Studio e criou 10 faixas musicais exclusivas que vão do upbeat pop ao lounge, oferecendo a trilha sonora perfeita para as tardes ensolaradas e o pôr do sol com pé na areia ou à beira de uma piscina.
Bendita Tapioca
Me surpreendi ao entrar. O ambiente é muito gostoso. Logo na chegada fui recebida pela dona, uma maranhense gente boa, que foi super gentil. O lugar é arejado, mas não tem ar condicionado. É uma casa adaptada, com perfil retrô, construção da década de 1960. Há objetos antigos decorativos por todo o restaurante. Assim que me sentei à mesa, a proprietária do local me sugeriu a tapioca de carne-seca com queijo coalho. Quando chegou o meu pedido, logo percebi a delicadeza da tapioca, fina, com uma textura surpreendente. Estava provocante de tão deliciosa. Pedi um suco (detox 3) estava perfeito. Alameda dos Buritis, 88 – Centro, Goiânia.
Vinho
Scrubby Rise Shiraz Cabernet Sauvignon Petit Verdot 2012
Este é um delicioso corte de Shiraz e Cabernet Sauvignon, com uma pequena quantidade de Petit Verdot da Austrália, o que reforça a ótima estrutura e riqueza deste vinho cheio de camadas de fruta – repleto de ameixas, framboesas, groselha. No palato é macio e fresco, mostrando um toque atrativo de carvalho. Fantástico!
Casa Valduga conquistou mais uma medalha internacional para o Brasil. A vinícola brasileira ganhou a medalha de ouro com o rótulo Casa Valduga Reserva Moscatel, na edição deste ano. Premiação francesa do Muscats du Monde. O concurso avalia os melhores vinhos do tipo moscatel do mundo. Este Moscatel acompanha muito bem as sobremesas elaboradas com frutas, um prazer único no paladar.