Artistas trazem movimentos da dança para Goiânia
DM Redação
Publicado em 28 de setembro de 2025 às 18:52 | Atualizado há 2 horas
Goiânia será palco, entre sexta-feira, 3, e sábado, 4, de três premiados espetáculos de dança contemporânea, assinados pelos artistas Camila Fersi (do Rio de Janeiro) e Alysson Amancio (do interior do Ceará). As obras — “Coisa”, “O Cheiro da Lycra” e “Isso Não É Uma Coreografia” — serão apresentadas na Federação de Teatro de Goiânia (Feteg), como parte do Circuito Funarte de Dança Klauss Vianna 2023.
Antes das apresentações, na quinta-feira, dia 2, os artistas conduzirão oficinas gratuitas no Instituto Federal de Goiás, no campus Aparecida de Goiânia, das 17h30 às 19h30. Alysson Amancio ministra a oficina “Danças de Enfrentamento”, enquanto Camila Fersi conduz “Jogos e Improvisações em Dança”.
Além disso, haverá espaços de bate-papo com o público para troca de experiências e discussões sobre os processos criativos das obras. Esta ação visa não apenas ampliar o conhecimento técnico dos participantes, mas também promover um intercâmbio artístico e cultural com a comunidade local.
Diversidade
Os espetáculos refletem a riqueza da experiência e da diversidade da dança contemporânea brasileira, cada um com uma abordagem única e carregados de significados pessoais e sociais. “Coisa”, solo criado e interpretado por Camila Fersi, é uma experiência sinestésica que mistura movimento, cor e som.
A obra convida o público a mergulhar em uma paisagem que habita o campo entre os movimentos do corpo, as temperaturas das cores e as frequências sonoras, inspirando-se na memória dos sentidos e propondo uma imersão sensorial. A trilha sonora é assinada por Bella Com Som, enquanto a direção fica por conta de Natália Quinderé.
“O Cheiro da Lycra”, solo de Alysson Amancio, é um trabalho autobiográfico que emerge das memórias e dos enfrentamentos do artista ao assumir sua identidade como homem gay, negro e bailarino no interior do Ceará, região marcada por estereótipos rígidos de gênero.
O espetáculo é uma potente crítica à norma branca, cisgênero e heteronormativa, buscando a descolonização dos corpos por meio da dança. Criado em colaboração com artistas como Fauller, Luiz Renato e Kel Maia, o solo tem circulado pelo Brasil desde 2021, provocando reflexões importantes sobre identidade, raça e gênero.
“Isso Não É Uma Coreografia”, o duo inédito de Camila e Alysson, parte das imagens e corporalidades do interior mineiro e cearense para ativar movimentos e descrições que dialogam entre si.
A peça provoca o público a refletir sobre as relações entre o que é visto, o que pode ser dito e o que é sentido, brincando com a elasticidade dos sentidos e o desafio das palavras em expressar o vivido pela dança.
Oficina
“Corpos de Enfrentamento”, ministrada por Alysson Amancio, propõe uma experiência descolonizadora que combina dança contemporânea, improvisação, educação somática e diálogo entre corpo e visualidade. O objetivo é ampliar o repertório dos participantes e fomentar processos criativos que mostrem o corpo como território de resistência.