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Barro apresenta sua estreia solo em “Miocardio”

É do barro que o artista molda sua arte e é do barro que se acredita que veio a vida. A vida e a arte estão intrinsicamente ligadas e é assim com inspiração e força do músculo cardíaco Miocardio que o cantor pernambucano Barro apresenta seu primeiro disco solo. Miocardio é disco síntese das vivências de Barro, músico que atua na cena musical do Recife há mais de 10 anos como compositor, cantor e instrumentista em vários grupos, sendo um dos idealizadores da Bande Dessinée.

Em sua estreia solo, Barro não está só. Cercou-se de bons amigos da cena pernambucana e convidados especiais. Com produção do próprio músico e colaboração de William Paiva, Rodrigo Samico e mais o paulistano Gui Amabis em cinco faixas, o disco possui múltiplos tons, múltiplas vozes e arranjos em uma viagem musical que também é cantada em versos em português, inglês, francês, espanhol e italiano. Músicos do Recife o acompanham em diversas faixas, a exemplo de Jam da Silva, Gilú, Maurício Fleury e o baixista Dengue, da Nação Zumbi.

Barro lembra que esta foi a primeira vez que Gui Amabis produziu músicas do trabalho de um artista do Recife, uma vez que ele é mais conhecido pelas produções com cantoras como Céu e Márcia Castro. A pré-produção foi feita a distância. Enquanto o cantor gravava suas bases no Recife, o produtor em São Paulo pensava nos arranjos, na estrutura e mexia nestes primeiros registros com alguns samplers.

O trabalho ficou completo quando Gui Amabis veio à capital pernambucana no início do ano para juntar tudo e tocarem juntos. “Ele (Gui Amabis) agregou bem sua sonoridade ao disco. Em geral, nos trabalhos feitos a distância não se sente muito a mão do produtor na obra, mas aqui dá para perceber tanto a minha música quanto a presença dele”, revela Barro.

O resultado final foi um disco com uma produção “pop sofisticada”, onde o cantor se conecta com diferentes universos e vozes. Ao longo das faixas de Miocardio é possível ouvir Barro dividindo os vocais com cantoras como Serena Altavilla, Juçara Marçal (Metá Metá), Catalina García (Monsieur Periné) e Lisa Moore (Blood and Glass).

Sobre as participações especiais no disco, Barro acredita que é algo que é possível fazer tanto para destacar a ligação que ele tem com a música de uma forma mais ampla, como ainda é possível mostrar uma nova faceta dos músicos e cantoras em músicas novas com um olhar e distante de seus grupos originais.

“Gosto de dialogar com o universo feminino e ter essa interferência das vozes femininas na música”, explica. Juçara Marçal, por sua vez, era uma das cantoras com quem o músico mais gostaria de trabalhar. A ideia para sua participação veio a partir de uma entrevista que o cantor viu ela concedendo em francês em uma turnê que o Metá Metá fez na Europa. “Como a música tinha uma letra em francês, mas com um tom mais africano, achei que fosse se aproximar mais do trabalho que Juçara faz”, completa.

Nada mais simbólico que o disco de Barro começar com um verbo: “Vai”, incentivando tanto o ouvinte quanto o músico a começarem a desbravar novos caminhos em que se pode escutar guitarras, synths, teclados, percussões e até Ondes Martenot. Miocardio se encerra com a faixa-título e o verso Há de voltar, que simbolicamente nos apresenta esse fluxo contínuo de idas e vindas onde a música de Barro transita e nos convida a ouvir novamente seu trabalho.

A arte do disco é do designer Laurindo Feliciano, que ficou responsável pela identidade visual de Miocardio com ilustrações que foram animadas pelo produtor William Paiva no lyric video do segundo single do disco, Ficamos Assim. Ao vivo, Barro segue tocando guitarra, violão de 7 cordas com pedais e vocal com uma banda composta pelos músicos Ricardo Fraga (bateria, sampler, spds e baixo) e Guilherme Assis (baixo, sintetizador, teclado e sampler).

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