Cultura

Beijo pra espantar a caretice

Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2016 às 20:42 | Atualizado há 4 meses

Um beijo é uma forma de carinho entre as pessoas. Muito comum inclusive, mas isso todos já sabem. Mas o ato de se beijar às vezes toma outras proporções. O beijo pode ser transformado em uma intervenção artística ou até mesmo em ato político.

Vamos a mais uma cena comum. Uma pessoa pede a outra em namoro, os dois se beijam pra celebrar o novo relacionamento. Coisas bonitas da vida, os laços humanos sendo celebrados, carinho entre pessoas. Mas a naturalidade e beleza disso é ignorada quando se trata de um casal homossexual.

Um desses tristes casos de preconceito e hostilidade foi enfrentado pelo produtor cultural João Lucas Ribeiro e por seu namorado, o advogado Leo Wohlgemuth. Em um momento que era para ser dessas coisas legais de laços humanos, um pedido de namoro. Os dois afirmam que foram ameaçados no dia 8 de fevereiro por mais de uma dúzia de funcionários por trocarem beijos no bar “Carne de Sol 1008”, no Setor Pedro Ludovico

Mas retornando ao beijo como ato político, grito de liberdade em forma de beijo, assim veio a resposta ao estabelecimento que promoveu o caso de intolerância. O protesto em forma de beijo aconteceu debaixo de chuva. Um grupo de 50 pessoas marcharam em frente ao bar e promoveram um “beijaço” pra mostrar que o preconceito de pessoas e estabelecimentos não vai acabar com o carinho entre pessoas do mesmo sexo.

Outros beijos políticos pelo mundo

No dia internacional contra a homofobia teve beijaço na terrinha de nossos queridos colonizadores, Portugal. A convocatória do beijo coletivo foi iniciativa da Plataforma Anti-Transfobia e Homofobia (PATH) que apelou pela união de todos contra a discriminação numa marcha que se realizou em Coimbra, em 2012.

Uma das organizadoras do ato em Portugal, Paula Antunes, explica o motivo da intervenção “É uma altura em que todos deram beijos na boca ou na face para mostrar que os afetos entre pessoas do mesmo sexo são tão naturais como os que acontecem entre pessoas de sexo diferente”

. Motivação muito semelhante com o “beijaço” no “1008”.

Outro beijo coletivo com finalidade política aconteceu entre os rivais históricos judeus e palestinos no mês passado. A finalidade desse ato era uma mensagem de paz e comunhão entre os dois povos, marcados por conflitos e violência.

O que deu um empurrão para o acontecimento desse ato foi uma atitude de intolerância do primeiro ministro israelense. Ele proibiu a circulação do livro “Uma Barreira Viva”. Escrita por Dorit Rabinyan, a obra retrata o amor entre uma mulher judia e um homem palestino

Em represália, uma campanha gravada com judeus e palestinos, héteros e gays, mostra um “beijaço” entre pessoas de diferentes culturas.

Beijos quebrando as pernas dos senhores da guerra.

Beijos futilmente deliciosos

Por vezes o tal “beijaço” é só uma intervenção visual e por não se tratar de casais homossexuais, sabe-se lá porque cargas d’água, é visto como uma bela manifestação. Um desses casos foi um beijo coletivo que aconteceu em Veneza, conhecida por ser a  cidade do amor, um “beijaço” foi organizado por um diretor artístico em 2007.

A ideia do diretor Marco Balich é que o beijo coletivo, de milhares de casais, em Veneza fosse uma das imagens de virada de ano que é transmitida para todo o mundo, assim como Londres, Paris e Nova York.

Um “beijaço” pode até ser uma bela de uma jogada publicitária. No carnaval passado uma marca famosa de creme dental promoveu a organização do maior beijo coletivo do mundo. O evento que abarcou o tal “beijaço” foi um show da Preta Gil em um bloco de rua de carnaval carioca.


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